Oi? Passarela? Onde? Não da pra acreditar que essa coisa horrenda, com barriga e tudo, perdida em meio a lixo, matagal, com cara de “feita nas coxas” possa receber honraria com direito a pose pra foto, solenidade e tudo.Será que os engenheiros estavam lá?
Foto: Divulgação
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Se falta de vergonha na cara tiver limite, alguns políticos de Porto Velho são campeões em ultrapassá-los. O desrespeito com o eleitor é tão descarado que deixaria ruborizados personagens icônicos do mundo da malandragem. A cara de pau é tanta que chega a sugar a dignidade até de quem apenas vê a cena como mais uma das lambanças politiqueiras de Porto Velho. De início não da pra saber se a vontade é de rir da palhaçada ou de se revoltar com o deboche. Sim, só pode ser deboche.
“Vereador Cláudio da Padaria entrega passarela no Conquista e Costa e Silva e agradece Gilson Nazif”, diz a manchete da notícia. Oi? Passarela? Onde? Não da pra acreditar que essa coisa horrenda, com barriga e tudo, perdida em meio a lixo, matagal, com cara de “feita nas coxas” possa receber honraria com direito a pose pra foto, solenidade e discurso de agradecimento. Será que os engenheiros estavam lá?
Como diriam os jovens de hoje em dia, “tá me tirando tio?”, “fala sério vereador!”, “pára tudo que eu quero descer”. Que porcaria é essa? Agradecer ao secretário Gilson Nazif? Agradecer o quê e por quê? Sinceramente são tantos os questionamentos que fica difícil acreditar que existe resposta pra esse absurdo. Talvez até haja uma resposta, como dito no início, falta de vergonha na cara para alguns é jogo de superação. E como eles se superam!
Obviamente que a matéria não divulga valores gastos na “obra prima”, isso não interessa para a população. Deixe de ser curioso! Bonito mesmo é mostrar o vereador, todo orgulhoso, satisfeito, apontando para o seu feito inédito, ali, dividindo espaço com uma paisagem digna de documentário sobre as favelas do Brasil, com muito lixo e clima de desigualdade social. Ops! Não pode fazer comparações de Porto Velho com favela, o prefeito não gosta e esbraveja.
Mas o irmão do prefeito pode assinar ordem de serviço para construir “passarela de pau” com mérito de “ponte estaiada”. Muito bonito! É pra aplaudir de pé. Aliás, de pé, mas segurando firme na ponte, assim como o vereador e os colegas que dividem a foto em cima da “passarela grávida”. Percebem as expressões faciais? Seria muita emoção durante a entrega da grande obra, ou apenas o desespero de despencar dali e cair direto no lindo riacho de águas límpidas que corre por baixo da já famosa passarela?
Sim "famosa", pois segundo o vereador, a pobre coitada passou quase dois anos abandonada. Tadinha dela, né vereador? Como deve ter sofrido a população que não tinha condições de passar pela antiga ponte deteriorada que oferecia riscos de acidente. Pois bem, os problemas acabaram. É com grata satisfação que o vereador entrega uma obra digna de seus eleitores, deve pensar ele, ou penso eu. Afinal, não é possível que os moradores dos dois bairros “beneficiados” estejam contentes com o serviço porco. Ou estão?
Mas tem quem venha dizer – “Mas está melhor do que antes, pelo menos ele fez alguma coisa”. Sim, claro! Continuemos a pensar assim, com o pouco, com o mais ou menos, com o de qualquer jeito, com o é o que tem pra hoje, com o só deu pra fazer assim. Um salve para a política do “tá ruim, mas tá bom”.
O resultado? Num futuro próximo, a maior cena de hipocrisia coletiva de uma nação acostumada a abanar rabinho pra político cara de pau: manifestações, cartazes, gritos de luta, depredação de bem público, spray de pimenta na cara e muito não a corrupção. Tarde demais! Quem ganha fazendo pouco, sempre quer mais!
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