Desprezo dos bancos força aumento da greve e amplia prejuízos para a população

Da Redação

24 de Setembro de 2013 às 14:36

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Desprezo dos bancos força aumento da greve e amplia prejuízos para a população

Foto: Divulgação

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A greve dos bancários continua se fortalecendo a cada dia e os bancários já fecharam, até o final da tarde de ontem, segunda-feira, 9.015 agências e centros administrativos em todo o país, um crescimento de 23,8% em relação à sexta-feira (20), quando os bancários pararam 7.282 dependências, um salto de 18,5% em comparação ao primeiro dia de greve, que teve 6.145 unidades fechadas.

Em Rondônia o movimento também vem tendo um avanço diário. Nesta terça-feira, 24, o número de agências fechadas foi de 102, um índice de mais de 75% de um universo de aproximadamente 130 unidades em todo o Estado. No primeiro dia de greve, na última quinta-feira, 19, o fechamento já havia se dado em 86 agências.

“É uma mobilização muito maior que a de 2012, pois só nesta segunda-feira, quinto dia da greve, o número de mais de 9 mil agências fechadas se aproxima das mais de 10 mil fechadas no sétimo dia da greve do ano passado. Ou seja, o movimento está forte e muito maior, o que comprova a insatisfação dos trabalhadores”, avaliou José Pinheiro, presidente do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO).

O sindicalista explica que é preciso um número maior de adesões para intensificar ainda mais a greve e quebrar a intransigência dos bancos, que continuam desprezando os trabalhadores e se mantém em silêncio até o momento, sem sequer sinalizar com o retomar o processo de negociações.

“A greve foi deflagrada dia 19, após decisão das assembleias dos sindicatos no dia 12. E mesmo com essa greve forte, já no seu sexto dia, os bancos não se manifestam, e demonstram assim o desprezo não apenas com os bancários, que lutam por conquistas justas, mas também pela sociedade em geral, já que a greve acaba prejudicando à toda a população. Ou seja, com a intransigência os bancos empurraram os bancários para a greve e parecem não dar a mínima importância às milhões de pessoas que são direta ou indiretamente atingidas com os efeitos negativos de uma paralisação nacional”, acrescentou.

Somente os seis maiores bancos (Banco do Brasil, Caixa, Bradesco, Itaú, Santander e HSBC) tiveram lucro líquido de R$ 29,6 bilhões no primeiro semestre, alcançando a maior rentabilidade do sistema financeiro mundial, graças, principalmente, ao aumento da produtividade dos bancários.

AS REIVINDICAÇÕES GERAIS DOS BANCÁRIOS

* Reajuste salarial de 11,93% (5% de aumento real além da inflação)

* PLR: três salários mais R$ 5.553,15.

* Piso: R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese).

* Auxílios alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 678 ao mês para cada (salário mínimo nacional).

* Melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoece os bancários.

* Emprego: fim das demissões, mais contratações, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações, especialmente ao PL 4330 que precariza as condições de trabalho, além da aplicação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas.

* Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.

* Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós-graduação.

* Prevenção contra assaltos e sequestros, com o fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.

* Igualdade de oportunidades para bancários e bancárias, com a contratação de pelo menos 20% de afrodescendentes.

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