“Eu via o computador do meu filho em casa e sempre tive curiosidade de aprender a mexer, mas não sabia nem ligar, aliás, eu me sentia um cego na frente daquilo porque não entendia nada. Quando soube do curso resolvi fazer porque, para mim, não existe idade para quem quer aprender alguma coisa”, declara o agricultor José Felipe, de 59 anos, que é um dos 20 alunos do curso de Informática Básica que está sendo realizado no reassentamento Santo Rita, a 50 quilômetros de Porto Velho.
A história dele é semelhante a de outros alunos que estão tendo o primeiro contato com o computador. Jenifer Pinheiro, de 29 anos, é filha de agricultores do reassentamento. Ela ajuda a plantar cebola, tomate e hortaliças e confessa que está fazendo o curso para se qualificar e conquistar um emprego melhor. “É bom aprender e eu quero ver se arranjo um emprego longe do sol da lavoura”, afirma.
Paulo Sérgio, de 42 anos, tem o sonho de cursar a faculdade de Agronomia. Ele conta que está fazendo o curso para poder pesquisar sobre a futura profissão. “As pessoas acham que só porque a gente mora na roça temos que ser analfabetos. Isso é conversa. Tem muita gente na roça que quer estudar e eu sou um exemplo”, desabafa com entusiasmo.
Justamente com os objetivos de qualificar os moradores da área rural e de universalizar o conhecimento, a Santo Antônio Energia está promovendo o curso que acontece desde 3 de maio nos reassentamentos Santa Rita e Morrinhos, ambos na margem direita do rio Madeira. Trata-se de mais uma atividade do Plano de Ação Anual para o desenvolvimento das famílias por meio de assessorias técnicas, sociais e ambientais durante um período de três anos. As assessorias são feitas pela Emater, que é contratada da Santo Antônio Energia. O curso tem a duração de 40 horas. Os computadores foram doados pela concessionária e o instrutor foi cedido pela Secretaria Municipal de Educação.