Na manhã deste sábado (23), dezenas de familiares e amigos das vítimas da violência em Porto Velho fizeram uma caminhada pela paz por algumas ruas do centro da cidade. Todos carregavam cruzes de madeira, cartazes e faixas com as fotos e nomes daqueles que se foram. O motivo era cobrar das autoridades maior rigor nas investigações e punição dos envolvidos nos crimes de violência.
“Fico muito feliz ao ver tanta gente unida e pedindo justiça. Não podemos deixar esses fatos lamentáveis cair no esquecimento da sociedade e muito menos do poder público”, disse Ozenilda Lopes, mãe de Raíssa Lopes, de 15 anos, morta em setembro do ano passado em uma parada de ônibus pelo ex-namorado Alexsandro Castelo Branco, de 19 anos, que aguarda julgamento em liberdade.
Sentimento compartilhado também pela família de Moisés Rodrigues, servidor público de 39 anos que morreu após cair de um barco da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), no rio Madeira. Segundo a irmã dele, Marilza Rodrigues, a motivação do crime teria sido queima de arquivo.
“Ele foi morto porquê denunciou um esquema de roubos dentro do almoxarifado da Seduc. Então, designaram ele para levar um material para o baixo Madeira só com gente do mal, envolvida com esses roubos, tráfico de drogas. Puxaram a ficha criminal de todos os envolvidos e nenhum escapa. Nos disseram que ele caiu do barco, mas é mentira. Temos uma testemunha que confirma que ele foi jogado no rio. Faz 67 dias que ele morreu e não encontramos o corpo do meu irmão. Isso é horrível”, afirmou ela.
Uma das famílias que organizou a atividade pela paz foi a da estudante de jornalismo, Naiara Karine, morta há quase 60 dias, onde até o momento nenhum suspeito pelo crime foi preso. Após a caminhada, sob um forte calor, o grupo se reuniu na Praça da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, onde depositaram as cruzes de madeira e flores no gramado. Em seguida, fizeram alguns discursos cobrando soluções para os crimes, além de soltar balões brancos em memória daqueles que se foram deixando muitas saudades.