O II SYMPASS (Simpósio Internacional de Passagens de Peixes na América do Sul), que está sendo realizado entre os dias 05 a 09 de novembro, em Toledo (Paraná), promove o intercâmbio de informações e de experiências técnico-científicas sobre passagens para peixes construídas em hidrelétricas, visando à conservação das espécies de peixes neotropicais.
A experiência e o sucesso da implantação do Sistema de Transposição de Peixes (STP) que permite a passagem de peixes pela Usina Hidrelétrica Santo Antônio no rio Madeira, em Rondônia, será compartilhada pela equipe da Santo Antônio Energia, empresa responsável pela construção e operação do empreendimento, durante o II SYMPASS.
O encontro é uma oportunidade para troca de informações sobre um dos temas que que mais gera questionamentos ao longo da implantação de uma usina hidrelétrica, que é migração e a reprodução dos peixes, medidas mitigadoras que dão segurança aos órgãos ambientais para emitir ou renovar licenças ambientais para empreendimentos elétricos.
O analista socioambiental e biólogo da empresa, Alexandre Marçal, explicou os desafios para desenvolver o sistema que permite a migração dos peixes rio acima durante todo o ano, garantindo a reprodução das mais de 350 espécies que habitam a região do Madeira mesmo com a usina em operação, mantendo assim a perenidade da abundância dos peixes no rio, que tem valor cultural e econômico expressivo para toda a região.
Localizado na Ilha do Presídio, próxima à margem direita do rio, o Sistema, que tem cerca de 900 metros de extensão e dez metros de largura em seu canal principal, consiste num corredor que reproduz as características do rio Madeira, como as corredeiras, as barreiras naturais e a vazão, proporcionando a identificação do peixe com seu habitat. O sistema está funcionando desde dezembro de 2011 e atualmente passa por sua primeira piracema com a usina já em funcionamento e tem dado excelentes resultados.
Para garantir o funcionamento ideal do STP, a Santo Antônio Energia investiu R$ 4 milhões na construção de um do canal experimental, implantado no próprio rio Madeira, para simular o comportamento dos peixes em condições semelhantes onde o sistema definitivo está instalado hoje. Inédito no mundo, o canal foi projetado em escala real e equipado com aparelhos de alta precisão para medir a vazão e velocidade d’agua, onde foram realizados estudos e testes durante dois anos.
Além disso, para avaliar a eficácia e os resultados obtidos com o STP, a equipe do Programa de Conservação da Ictiofauna da Santo Antônio Energia marcou, entre agosto e novembro de 2011, mais de 3 mil peixes que estão sendo monitorados em um estudo sobre as rotas migratórias, o que permite a medição do crescimento e avaliação do deslocamento dessas espécies. Outra parte dos peixes recebeu uma marcação chamada LEA, um tubo com um número que é fixado na nadadeira para identificá-lo quando ele for pescado.
Santo Antônio Energia
É a concessionária responsável pela construção e operação da Usina Hidrelétrica Santo Antônio, localizada no rio Madeira, em Porto Velho (RO), e pela comercialização da energia a ser gerada. A usina, que iniciou a geração comercial de energia em 30 de março de 2012, gerará, a partir do fim de 2015, energia suficiente para abastecer o consumo de, aproximadamente, 40 milhões de pessoas. O empreendimento tem investimento de R$ 16 bilhões e é referência em construção de hidrelétricas sustentáveis. Os acionistas da Santo Antônio Energia são as empresas Furnas (39%), Odebrecht Energia (18,6%), Andrade Gutierrez (12,4%), Cemig (10%) e o Caixa FIP Amazônia Energia (20%). A UHE Santo Antônio é uma das primeiras grandes obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, a entrar em operação.