Censipam monta sala para acompanhar saída de posseiros de terra indígena

Censipam monta sala para acompanhar saída de posseiros de terra indígena

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Foto: Divulgação

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O processo de retirada dos mais de 380 posseiros dos 167 mil hectares da terra indígena Marãiwuatsédé, localizada entre os municípios de Alto Boa Vista e São Félix do Araguaia (Mato Grosso), será acompanhado pelo governo federal em Brasília. Uma sala de situação será instalada no Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) e outra em Alto Boa Vista, que será montada dia 29 de outubro.
Todas a semana, os representantes dos órgãos envolvidos (Funai, Polícias, Ibama, Secretaria Geral da Presidência, Ministérios da Justiça, Saúde e Desenvolvimento Social) se reunirão no Censipam em Brasília e, através de videoconferência, conversarão com os envolvidos na operação em Mato Grosso. Com isso, a retirada dos posseiros (mais da metade da área é ocupada por grandes fazendeiros) será acompanhada.  
“A sala de situação servirá para prevenir conflitos, pois estaremos acompanhando de perto e resolvendo os problemas que poderão surgir em meio à operação. Sem contar que teremos os profissionais da área de Inteligência do Censipam para nos ajudar”, ressalta o coordenador-geral de Movimentos do Campo e Territórios, da Secretaria-Geral da Presidência da República, Nilton Luís Godoy Tubino. Os posseiros deverão receber da Justiça, nas próximas semanas, a intimação para a saída da área. Segundo Tubino, a área já está totalmente desmatada.
A briga pela terra indígena começou na década de 60, quando a Agropecuária Suiá-Missú ocupou a área. Os indígenas foram retirados do local para dar lugar à expansão da agropecuária na região e levados à terra indígena São Marcos, no sul de Mato Grosso. Na década de 80, a Suiá-Missú foi vendida à empresa italiana Agip, do setor petrolífero. Em 1992, por pressão nacional e internacional, a terra foi devolvida aos Xavantes.
A área foi declarada indígena em 1993 e, cinco anos depois, sua demarcação foi homologada pela União, em 1998, como de posse permanente e usufruto exclusivo do povo Xavante. No entanto, mesmo devolvida aos índios, a área já havia sido invadida por posseiros. Os indígenas, então, ocuparam apenas 10% do território a que têm direito. Depois disso, a batalha pela terra começou a se arrastar pela Justiça. E, agora, já não há mais como recorrer e os posseiros terão que deixar o local.
Na língua xavante, Marãiwuatsédé significa "mato fechado, mata perigosa”.
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