Publicação faz parte de projeto que resgata histórias da população e mostra como o desenvolvimento econômico social modifica seu dia a dia
Homenagem ocorre em Porto Velho (RO) nesta segunda-feira, 20, e em Guajará-Mirim (RO) na quarta-feira, 22
“Cheguei em Mutum-Paraná e isso aqui era uma mata só. Quando eu cheguei aqui, não tinha posto de saúde. Aí, eu fui ser parteira. A primeira vez que eu peguei um menino, sem eu saber de nada, eu tinha 15 anos. Eu estava passando na casa de uma comadre, quando ouvi: ‘Maria, vem cá, pelo amor de Deus. Papai não está em casa, minha mãe não está.’ Cortei o umbigo, amarrei, fiz um cordãozinho, amarrei aqui na pontinha, medi dois dedos e cortei. Veio a placenta, peguei a placenta. Fui bem devagarinho. Depois, limpei com água morna, botei a mulher de jeito deitada na cama. Nesse tempo, ninguém sabia dessas coisas.”
O relato de Maria Gercina Simão de Oliveira, 92 anos, é um dos que compõem o livro “Transformações Amazônicas”, publicado pelo Instituto Camargo Corrêa (ICC) e pelo Museu da Pessoa. Ela é uma das homenageadas em evento que acontece na noite desta segunda-feira, 20, em Porto Velho. A homenagem é resultado de uma parceria entre o ICC, a Construtora Camargo Corrêa, o Museu da Pessoa e a Energia Sustentável do Brasil, além do apoio da Secretaria Municipal de Educação de Porto Velho. Na quarta-feira, 22, o mesmo evento será realizado em Guajará-Mirim.
No dia seguinte a cada evento, será realizada uma oficina de formação de professores de escolas públicas municipais (25 professores) sobre a utilização do material em sala de aula, com duração de 4 horas.
Em Porto Velho, além de Maria Gercina, serão homenageados outros personagens retratados no livro, como Alcimar Francisco do Casal (Seu Zizi), Dionísio Shockness, Joaquim Gonçalves Mendes (Seu Belisca), Maria Nazareth de Souza, Maria Iraildes Valente de Menezes e Theodora Mariana da Silva Santos. Em Guajará-Mirim, na fronteira com a Bolívia, serão homenageados Amélia Lopes Legal, Belizia Barreto Mourey, Maria Ninita da Silva, Pedro Chuck Cheeman Koapecck, Rosa Maria Lopes e Odílson de Souza Lima (Seu Amazona) e Rubin Luiz Benarroque.
Por meio dos relatos, o livro “Transformações Amazônicas” mostra como o desenvolvimento social e econômico de regiões longínquas do Brasil vem modificando a vida dos moradores de regiões da Amazônia. Em Jaci-Paraná (RO), Mutum-Paraná (RO) e arredores, as pessoas falaram sobre suas percepções a partir da convivência com a construção da Usina Hidrelétrica Jirau.
A publicação, com apoio do ICC, faz parte da série “Memórias dos Brasileiros”, realizado pelo Museu da Pessoa desde 2006. O projeto “Transformações Amazônicas” inclui, além do livro, uma exposição virtual (http://museudapessoa.net/amazonia/exposicao.shtml) e material de apoio para ser usado em sala de aula. O objetivo da nova etapa do projeto é formar professores de escolas municipais para a sensibilização e valorização das histórias de vida dos moradores.
Serviço
Homenagem aos personagens do livro ”Transformações Amazônicas” - Série Memória dos Brasileiros
Data: 20 de agosto de 2012
Local: Teatro Banzeiros – Rua Renato Madeiro, 365 - Centro – Porto Velho
Horário: das 19h às 21h
Serviço
Homenagem aos personagens do livro ”Transformações Amazônicas” - Série Memória dos Brasileiros
Data: 22 de agosto de 2012
Local: Câmara Municipal de Guajará Mirim – Av. 15 de novembro 1385 - Tamandaré
Horário: das 19h às 21h
Sobre o Grupo Camargo Corrêa
O Grupo Camargo Corrêa é um dos maiores conglomerados privados do Brasil, com receita líquida consolidada de R$ 17, 3 bilhões em 2011 e atuação em 17 países. As empresas controladas pelo Grupo atuam nas áreas de engenharia e construção, concessões de energia e transporte, indústria têxtil e de calçados, além da indústria de cimento e naval e incorporação imobiliária. Ao todo, o Grupo Camargo Corrêa emprega cerca de 60 mil funcionários.
Sobre o Instituto Camargo Corrêa
O Instituto Camargo Corrêa (ICC) atua nas comunidades em que as empresas do Grupo Camargo Corrêa estão inseridas. Sua missão é articular e fortalecer organizações que contribuam para a formação integral de crianças, adolescentes e jovens, visando ao desenvolvimento comunitário sustentável. Para tanto, definiu quatro programas sociais: Infância Ideal, Escola Ideal, Futuro Ideal e Ideal Voluntário. Para cada programa são idealizados projetos que se complementam.
Sobre o Museu da Pessoa
Fundado há duas décadas, o Museu da Pessoa é um espaço aberto, colaborativo e virtual, que tem como missão transformar as histórias de vida de toda e qualquer pessoa em fonte de conhecimento, compreensão e conexão. Destaca-se por ter sido concebido inicialmente para o meio virtual, mesmo antes de ter a internet em operação no Brasil – já que no início o acervo era organizado em uma base digital (CD-ROM) e distribuído para as pessoas – construindo uma rede de memória muito anterior ao surgimento das redes sociais. Em 20 anos de atuação, o Museu da Pessoa inspirou a criação de três outros museus em Portugal, Canadá e EUA. Hoje conta com um acervo de 15 mil depoimentos de histórias de vida e 72 mil documentos e imagens que contam a história de instituições, cidades e de grupos sociais diversos.
Mais informações pelo portal: www.musuedapessoa.net