Todas as leis são boas, desde que aplicadas para os outros – Por Sérgio Pires

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Foto: Divulgação

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Ah!, O Brasil! Existe uma gritaria geral contra a corrupção. Em todo o país, nas mídias e nas redes sociais, se ouve, todos os dias, protestos veementes de muita gente, berrando que a corrupção é nosso maior mal. Provavelmente é mesmo. Mas há uma questão que precisa ser analisada, por mais doída que ela seja. Os protestos contra a corrupção, exigindo que as leis sejam cumpridas; exigindo que motoristas e motoqueiros malucos sejam penalizados; pedindo Justiça para quem bate em mulher ou ataca gays apenas por sua opção sexual são reais, apesar de mostrarem apenas a ponta do iceberg. A grande verdade, lamentável mas verdade, é que todo o mundo quer o fim da corrupção para os outros; quer leis duras para os outros; quer prisão para agressores de mulheres e gays, para os outros. Muitos dos que protestam – porque seria injustiça dizer que são todos – continuam estacionando seus carros em cima da calçada; fazem loucuras no trânsito e ignoram os perigos a que expõe os demais motoristas; fazem de tudo para, no mínimo, não pagar seus impostos; são agressivos com as mulheres, com os vizinhos, com os amigos e no trânsito. Ou seja, há muito discurso e jogo para a torcida; há uma forma de protestar da porta para fora e muito mau exemplo da porta para dentro.
 
Tem uma historinha real, recente, ocorrida aqui mesmo, num curso da Unir. O tema da aula era a política e cidadania. Houve pesados debates. Todos vociferando contra a corrupção, querendo o fim dela, dizendo que este é o grande câncer nacional, que todos os brasileiros de bem deveriam se unir para combatê-la. Terminada a aula, o professor recebeu uma ligação da direção do curso onde proferira a palestra. Foi informado de que vários participantes da aula, aqueles mesmo que berraram contra a corrupção horas antes, assinaram presença por colegas que não tinham aparecido na aula. Precisa dizer mais?  
 
CORRIGINDO
 
Por rum erro de digitação, informação dada pela coluna ontem ficou incompleta. A coligação liderada pelo empresário Mário Portugues é do PPS e seu dirigente maior é o ex-governador João Cahulla. Portanto, Mário tem o apoio de três ex-governadores (José Bianco, do DEM e Ivo Cassol, do PP) e não dois, como afirmou a coluna ontem. Pedimos desculpas pelo erro involuntário.
 
OUTRO NANICO
 
Não são oito, mas sim nove os candidatos à Prefeitura da Capital. É que o pequeníssimo PSTU, liderado no Estado por Gilmar Paradela, também escolheu seu representante para fazer número na corrida eleitoral de outubro. O escolhido foi Jaderson Silva, teólogo, filósofo e formado em comunicação social. O partido tem poucos membros, mas é registrado em todo o país. Aparece sazonalmente, porque seu presidente nacional, Zé Maria, é sempre candidato à Presidência. Nunca atingiu mais que 2% dos votos, mas o partido existe e está aí, em mais uma corrida eleitoral.
 
DESAFIO HERCÚLEO
 
A dupla Solange Pereira e Juarez Jardim, ela candidata à Prefeitura e ele a vice, tem sem dúvida o maior desafio de suas vidas políticas. Os dois vão enfrentar Jesualdo Pires, um dos mais competentes deputados estaduais, eleito duas vezes e que formou um frentão de 16 partidos, em Ji-Paraná, o segundo maior colégio eleitoral do Estado. O curioso é que o DEM, do atual prefeito José Bianco, que deixa o comando do município depois de dois mandatos, não entra em nenhuma das duas coligações. Só vai coligar com outros partidos na proporcional.
 
PAULEIRA
 
Pauleira mesmo deve ser a eleição em Cacoal. A deputada Glaucione Nery uniu nada menos do que 19 legendas em torno da sua candidatura. O Padre Franco, que tenta a reeleição, tem um grupo de cinco legendas em torno do seu nome. Pode ser uma das mais duras disputas no Estado, numa das cidades que mais cresce no Estado e onde a divisão política das lideranças é notória. Prevê-se também que a disputa não será do mais alto nível, como deveria ser. Tem coisa feia e pesada, vindo por aí.
 
FALTA A JUSTIÇA
 
Escolhidos os candidatos às prefeituras, é bom deixar claro que ainda há um longo caminho a percorrer por todos. Os nove indicados em Porto Velho e todos os demais que disputam no Estado e país afora, terão que passar pelo crivo da Justiça Eleitoral. Quem tiver algum problema, quem for considerado ficha suja, já não poderá concorrer, caso tenha sido condenado em duas instâncias. Sorte para muitos dos que vão chegar às urnas em outubro é que o STF impediu que quem teve contas reprovadas na última eleição, mesmo assim poderá concorrer de novo. Senão, a depuração seria enorme...
 
BOM SENSO
 
O Ministério Público quer impedir as contratações emergenciais para a saúde pública. Logicamente que os promotores devem ter suas razões, porque senão não agiriam dessa forma, numa clara posição de antagonismo em relação às principais necessidades da população. O MP sempre agiu com equilíbrio e bom senso. Mas, dessa vez, parece que o que está faltando é apenas um pouco mais de diálogo e informações. Governo e MP precisam chegar logo a um consenso. Não há mais como postergar a contratação de pessoal para tocar a saúde. Nem que seja de forma emergencial. Para o resto, tem muito tempo para resolver.
 
PERGUNTINHA
 

O governo brasileiro vai ou não reconhecer o novo Presidente do Paraguai, empossado pelo Congresso depois da cassação do esquerdista Fernando Lugo?

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