O povo quer respostas - Por Valdemir Caldas

Da Redação

06 de Maio de 2012 às 12:06

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O povo quer respostas - Por Valdemir Caldas

Foto: Divulgação

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Por mais que se esforce o deputado Eurípedes Lebrão (PTN) para tentar convencer a população de que a Comissão Parlamentar Processante, criada pela Assembléia Legislativa de Rondônia, para investigar o suposto pagamento de propina a parlamentares, não acabará em pizza gigante, ninguém acredita, à exceção, é claro, do próprio Lebrão. Prova disso é que o deputado Ribamar Araújo (que é Corregedor-Geral da ALE) pulou fora do barco, alegando que não acreditava na seriedade da Comissão.

O pensamento de Araújo reflete o da maioria da população. Assim como os envolvidos nos escândalos das passagens áreas e da folha de pagamento paralela estão livres, leves e soltos, debochando da Justiça e da sociedade, o mesmo acontecerá com aqueles que foram apanhados na Operação Termópilas da Polícia Federal. Querer incutir na cabeça da população de que a ALE vai cortar na própria carne, castigando, exemplarmente, os que se teriam avançado contra o patrimônio público, é conversa mole.

A deputada Epifânia Barbosa (PT) já foi à Polícia Federal e confirmou o pagamento de propina a parlamentares. O mesmo aconteceu com a deputada Ana Lúcia Dermani de Aguiar (PT do B), mas conhecida como Ana da Oito. Apesar de todas as evidências de houve quebra de decoro, a Comissão continua singrando as águas calmas do corporativismo, do “deixa-como-está-para-ver-como-vai-ficar”, consciente de que a população tem memória curta e logo se esquecerá do episódio.

Até o presidente em exercício da ALE, José Hermínio Coelho (PSD), que sempre foi dado a falar pelos cotovelos e, no início, andou puxando as orelhas dos membros da Comissão, cobrando-lhes mais celeridade no desenrolar dos trabalhos, fechou-se em copas, não falou mais uma vírgula sobre o assunto, principalmente depois que Ribamar Araújo afirmou que colegas teriam ficado hospedados em um hotel de Manaus, dias antes da eleição de Valter Araújo para a mesa diretora. Aí um silêncio sepulcral invadiu os corredores e gabinetes da Casa.

Não se duvida das boas intenções do deputado Lebrão, no sentido de esclarecer as denúncias contra colegas seus, mas não é essa a impressão que a Comissão que ele preside tem passado à sociedade, que clama por justiça. Por isso, em vez de tentar impressionar incautos com arroubos demagógicos e rompantes de moralidade, o deputado deveria exigir de seus pares mais celeridade na conclusão dos trabalhos.

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