SINDSAÚDE é o único que ainda não foi notificado pela Justiça

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Foto: Divulgação

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Os dirigentes dos Sindicatos da Saúde (Sindsaúde), Médicos (Simero) e Agentes Administrativos (Sintraer) foram notificados na manhã de hoje por um oficial de Justiça sobre a decisão liminar que determina a manutenção de 80% dos servidores grevistas nas unidades hospitalares estaduais.

Falta agora notificar o presidente do Sindicato da Enfermagem (Sinderon), Angelo Florindo, que está no interior realizando assembleias nas unidades para conseguir adesão para a paralisação. A Enfermagem é o único segmento da saúde estadual que continua com 70% de paralisação.
LIMINAR
A liminar que determinou a manutenção de 80% dos servidores da área trabalhando normalmente nos hospitais, além da proibição de realizar piquetes nem promover invasões aos hospitais, em especial ao Pronto Socorro João Paulo II, é do desembargador Rowilson Teixeira, no início da noite de sexta-feira (27). A liminar foi impetrada pela Procuradoria Geral do Estado.
Entre as considerações do magistrado, registrou que embora seja um direito constitucional, a greve deve manter “harmonia com o regramento jurídico”. Além disso, observou que em serviços essenciais como a saúde pública, o movimento paredista deveria ser deflagrado com após comunicado com 72 horas de antecedência.
As multas arbitradas para o caso de desobediência da liminar foram de R$ 100 mil para os sindicatos, podendo esse valor ser elevado para R$ 500 mil, mais multa diária de R$ 500 aos dirigentes sindicais.
GREVE NA SAÚDE - Carta aberta à população
Presado(a) Usuário(a) do SUS,
A saúde vai de mal a pior. A população sabe muito bem a peregrinação para conseguir atendimento. A rotineira falta de material, de médicos e profissionais é uma das faces das precárias condições de trabalho e atendimento nas unidades de saúde no Estado de Rondônia.
Além de não investir na rede pública de saúde, o governo do estado tenta terceirizar os hospitais para organizações sociais de saúde (OSs) que, como uma entidade privada, restringe o atendimento à população para gastar menos e lucrar mais. Também são corriqueiros problemas nos setores de terceirização, como tomografia, laboratório, nutrição e limpeza. E para não paralisar o atendimento, são os próprios funcionários da unidade que fazem o serviço.
As freqüentes denúncias de desvios de verba na saúde, superfaturamento, roubo de medicamentos e equipamentos apontam claramente para onde vai o dinheiro público (nosso dinheiro) da saúde.
Nossos hospitais estão completamente sucateados, o Hospital Pronto Socorro João Paulo II é notícia nacional, sendo o pior hospital do país. O cheiro de morte paira no ar, a dignidade humana é jogada “literalmente” no chão e os corpos são empilhados no corredor da morte e na entrada do necrotério. No Hospital de Cacoal os dejetos humanos estão sendo despejados sem tratamento no rio que abastece as cidades de Ji-Paraná e Presidente Médice, são inúmeras denúncias que optamos não mencionar todas.
 
 
Nossa população está desprovida de uma política séria e competente. Quem sofre as conseqüências dessas mazelas, descaso do Governo do Estado Rondônia, são os trabalhadores e os usuários dos serviços de saúde.
Para um atendimento adequado dos 1,5 milhões de habitantes no estado, é necessário o trabalho em equipe. São médicos, enfermeiros, fisioterapeuta, nutricionista, técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem, tecnicos administrativos, entre outros profissionais.
Todos são guerreiros e hérois, que merecem melhores remunerações e um local de trabalho digno.
O salário base da maioria dos trabalhadores da saúde é menor do que o salário mínimo nacional. Mesmo com as gratificações fica bem abaixo do mercado. Um profissional das Usinas Hidroelétricas, de nível elementar, ganha melhor do que um profissional graduado da saúde, não desmerecendo a profissão de cada um, mas esta comparação tem que ser feita, pois somos nós que cuidamos da vida do nosso próximo. Além disso, há mais de 10 anos que nossos salários vem sofrendo deflação e congelamento.
Por tudo isso, nós, trabalhadores públicos da saúde no Estado de Rondônia, decretamos greve na rede estadual por tempo indeterminado a partir de 27 de abril, por aprovação imediata do Plano de Cargos e Carreiras e melhores condições de trabalho.
Contamos com sua solidariedade.
Juntos nossa luta será vitoriosa!
Direito ao esquecimento

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