CPI para quê? - Por Valdemir Caldas

Da Redação

18 de Março de 2012 às 14:40

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Foto: Divulgação

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Na política, quando se quer jogar uma bandalheira para debaixo do tapete, logo se cria uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Tanto é verdade que CPI virou, grosso modo, sinônimo de embromação.

A instalação de uma CPI, pela Assembléia Legislativa de Rondônia, para investigar e punir parlamentares apanhados com a mão na cumbuca do dinheiro público, pela Polícia Federal, na Operação Termópilas, soou muito mais como arroubo demagógico do que mesmo com a intenção de cassar os acusados por decoro parlamentar.

A população de Rondônia já conviveu com várias CPIs, que se arrastaram por meses a fio e tiveram finais melancólicos e vergonhosos.

Por isso, a criação de CPIs deveria ser, urgentemente, repensada, a fim de que elas possam ter de volta a característica que as norteia. Aos poucos, a população vem aprendendo, pela postura de certos políticos, que tal mecanismo não tem cumprido a sua tarefa.

Ninguém, em sã consciência, acredita que essa CPI logrará êxito, que chegará a cassar quem quer que seja. As razões são evidentes. Só não as enxerga quem não quer.

Entre as várias motivações para a instalação de uma CPI, a primeira delas deveria ser, sempre, a da apuração das denúncias e das evidências de comportamentos inadequados.

Essa condição, porém, da qual o poder legislativo seria o principal guardião, não é observada, desde há muito, na essência, pois os privilégios pessoais sempre têm prevalecido sobre as legítimas aspirações da população.

Lamentavelmente, as CPIs, aqui e alhures, têm assumido outros feições, com políticos dando shows de pirotecnias para as câmeras de televisão, enquanto a população aguarda pelas propaladas providências que jamais se concretizarão.

Direito ao esquecimento

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