Com o inicio das obras do novo terminal de ônibus coletivo de Porto Velho veio junto um grande dilema, a desapropriação e recolocação dos trabalhadores informais que há mais de duas décadas oferecem vários tipos de serviços na rua Euclides da Cunha no Centro da capital rondoniense.
Os tipos de serviços oferecidos vão desde um corte de cabelo até sorveterias, passando por lojas de roupas, bijuterias, artigos de coleção, CD’s e DVD’s entre outros. O local gera empregos diretos e indiretos para mais de mil pessoas.
“Desde que eu me entendo por gente existe esse ponto comercial em Porto Velho, hoje a prefeitura está destruindo tudo que faz parte de nossas tradições sem preocupar-se em consultar a comunidade”, afirmou Frank Lopes de Medeiros, trabalhador da rua Euclides da Cunha.
A desapropriação
Desde o inicio da manhã caminhões, tratores e funcionários da prefeitura junto com agentes de trânsito se posicionaram na rua para cumprirem o mandado de reintegração de posse da área, o fato revoltou e amedrontou grande parte dos trabalhadores que tiveram um dia de trabalho perdido.
Para quem utiliza a rua como rota diária o bloqueio foi uma surpresa, a confusão gerada pela movimentação dos agentes e funcionários municipais virou atração de quem passava, durante toda a manhã desta quarta-feira (18) toda a área de uma das regiões mais movimentadas de Porto Velho simplesmente parou.
O que eles querem
Os proprietários dos estabelecimentos são em sua grande maioria camelôs e comerciantes de produtos de preço acessível à classes de baixa renda a localização é uma das
melhores da cidade e os clientes desses trabalhadores já são “fidelizados” por esse motivo eles querem ser realocados em uma área próxima e com infra-estrutura básica para darem continuidade às suas vidas.
De acordo com Bira que é presidente do SIAMCAFEIS (Sindicato do Comércio dos Vendedores Ambulantes, Camelôs, Feirantes e Similares de Porto Velho) a prefeitura já se comprometeu em realocarem os trabalhadores em um local ao lado do Shopping Popular, localizado na região do Cain’água, porém o grande problema é a falta de infra-estrutura do novo lugar.
“O lugar que está acertado para nos colocarem não tem condições de trabalho pelo menos por enquanto, a prefeitura deve realizar um trabalho de melhorias nessa nova área, pois dessa forma os trabalhadores não irão sair de um lugar que trabalharam durante grande parte de suas vidas para ficarem a mercê de um novo local que não apresenta dignidade”, afirmou Bira.
Outra situação que parece incomodar bastante os trabalhadores é um possível descaso por parte do secretário da SEMDESTUR (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Socioeconômico e Turismo) Agnaldo Nepomuceno, que simplesmente não apareceu no local para conversar com a comunidade.
Enquanto isso as máquinas continuam de prontidão esperando uma simples ordem para derrubar os comércios e retirar os trabalhadores que já afirmaram que não vão sair sem terem um local digno para serem colocados.