Em todo o Estado de Rondônia, mais de 30 mil servidores da rede pública estadual trabalham sem plano de saúde. Eles nem chegam a utilizar o Auxílio Saúde pago pelo Governo, porque, para contratar um plano de saúde, teriam de complementar com, no mínimo, o dobro do benefício, que é de R$ 150,00. Dependendo da faixa-etária do servidor, esse valor não representa a metade do preço praticado na tabela de preços normal das operadoras de planos.
Considerando o valor da remuneração percebida por esse perfil de servidores em seu contracheque, os preços naturais em que trabalham os planos se tornam inviáveis, porque comprometeriam boa parte do seu rendimento mensal. Sem opção, acaba laborando sem a segurança da assistência médica, sendo obrigado a enfrentar filas gigantescas do SUS, nas unidades hospitalares do Estado à espera de atendimento em procedimentos simples ou de alta complexidade.
Os dados foram revelados por um levantamento feito recentemente pela Associação dos Trabalhadores no Serviço Público no Estado de Rondônia (ASPER). Entretanto, o quadro tende a ser revertido. O presidente da entidade, Francisco Pinheiro, prevê queda gradativa desse número de servidores desassistidos a partir do início do próximo ano. É que a instituição celebrou contrato específico de planos de saúde e odontológico para oferecer a preços acessíveis.
Da forma que opera a ASPER, todo servidor público, seja municipal, estadual ou federal, pode ter acesso a um plano de saúde Unimed. No caso dos estaduais, que receberam aumento no auxílio saúde de R$ 75,00 para R$ 150,00, o subsídio acaba cobrindo em 100% a mensalidade do plano dependendo da faixa etária. Um servidor titular com menos de 40 anos, por exemplo, nem chegará a desembolsar dinheiro para obter assistência médica e odontológica.