ENEM – Professores e candidatos de Rondônia pedem transporte gratuito para provas deste final de semana

Com a proposta de democratizar as oportunidades as vagas federais de ensino superior, o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) que será realizado nos dias (22) e (23) de outubro a partir das 11h ( Hora Rondônia), está preocupando professores e candidatos de Porto Velho (RO), das zonas urbanas, rurais e ribeirinhas, sem alternativa de transporte no dia da prova.

Todos os estudantes terão que “dar seu jeito” para chegar ao local da prova. Alguns moram até 15km do seu local de avaliação. Outros terão que pegar até quatro ônibus em pleno domingo, numa capital, onde o transporte público é precário. Não se vê nenhuma ação do Governo e município para transportar gratuitamente os alunos da rede pública de ensino.

Para o professor, Francisco Lima, o Governo do Estado de Rondônia e o Governo Federal têm o dever de oferecer transporte gratuito para os candidatos, pois se trata do sistema educacional do Brasil. Citou o exemplo do processo eleitoral do país, onde por força da lei são disponibilizados veículos para transportar os eleitores até as suas determinadas seções e assim eles exercerem seu papel de cidadãos:

“Nós estamos lutando para melhorar o desempenho da educação do Brasil e principalmente da região Norte”, disse Francisco Lima. O orientador educacional ainda ressaltou a grande responsabilidade que SEDUC (Secretaria Estadual de Educação do Estado de Rondônia) em realizar uma logística de qualidade para o futuro de Rondônia, pois muitos candidatos podem ser prejudicados pela falta de transporte.

De acordo com Francisco Lima, os candidatos da Escola Marcelo Cândia, zona Leste da capital é um exemplo. Os alunos da instituição que se inscreveram no ENEM irão fazer a prova no Campus da Universidade Federal de Rondônia, na BR-364 sentido Guajará-Mirim (RO), a cerca de 10 km do centro. A direção da escola conseguiu um ônibus para transportar os candidatos da instituição de ensino e demais da Escola Estadual João Bento da Costa, localizada na zona Sul da capital.

Para o estudante do ensino médio e candidato do exame, Stanley Duarte (18) morador do município de Candeias do Jamari, a maior dificuldade dos participantes do ENEM na região Norte é locomoção dos candidatos, pois muitos locais são de difícil acesso, tanto é, que os pais dos alunos ao perceberem as dificuldades, exigiram da Prefeitura de Candeias do Jamari um ônibus para transportar os inscritos no ENEM. A administração municipal atendeu ao pedido e desde 2010 os candidatos não pagam mais pelo transporte.

“Esta é a segunda vez que participo do ENEM, pretendo cursar Engenharia Elétrica e trazer orgulho para minha família e para todos de minha cidade”, disse Stanley Duarte.

Segundo, Luciana Yonekawa, do departamento de comunicação social do MEC (Ministério da Educação), o Estado de Rondônia tem 60.566 mil inscritos. Diante destas informações, a reportagem do Rondoniaovivo.com entrou em contato com a Coordenadora de Logística do ENEM em Rondônia, identificada como, Cida Flávio, na manhã desta terça-feira (18).

Cida Flávio disse que há seis meses a coordenadoria vem trabalhando para que todos os candidatos sejam informados a respeito dos transportes para que o índice de candidatos ausentes seja minimizado. Porém, Cida nada disse da possibilidade de ser disponibilizado transporte publico gratuito para estudantes para justamente minimizar a ausência dos estudantes no ENEM 2011.

A SEMTRAN (Secretaria Municipal de Transporte e Trânsito) através do departamento de transporte coletivo, disse na tarde da última segunda-feira (17) que o plano adotado pela secretaria é aumentar a frota em 20% no atendimento ao público nos dias (22) e (23), isto é, nos finais de semana sem qualquer tipo de evento a frota de ônibus coletivo chega a 40%, porém, em casos com estes a frota chega a marca de 60% de transportes coletivos nas vias urbanas de Porto Velho.

Com a forma que está sendo conduzido o processo ENEM em Rondônia, mais uma vez o índice deve vir abaixo da média nacional, fruto da falta de vontade política de se fazer educação com qualidade.