Crônica: Chico Caçula não está sozinho - Por: Fabrícius Bariani

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Foto: Divulgação

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 Ao assistir, de novo, ao filme O Gladiador; e acompanhar o desfecho do Caso Chico Caçula, ficou claro para mim que os nossos vereadores e vereadoras sofrem da “Síndrome de Commodus”. Esta síndrome leva o nome do filho herdeiro, Commodus, do Imperador romano Marcus Aurelius que espera de longe e calculadamente o general Maximus conquistar mais uma grande batalha contra os Bárbaros para surgir do nada de espada na mão pronto para guerrear, mas ouve da boca pai que a batalha já estava ganha graças à liderança do general.
          
 A decepção estampada na face do imperador pela fraqueza, oportunismo e covardia do filho é comovente, pois, apesar do Império sair vitorioso de mais um embate, no fundo ele queria que Commodus estivesse à frente das tropas, nem que fosse para morrer, mas o filho é omisso. Mas, apenas Commodus acredita em suas próprias ilusões e não desiste de manter a pose externa de pavão bélico para encobri o espírito de rato que é, para chegar ao poder absoluto o Trono. Para isto mata o próprio pai num abraço imundo contra o próprio peito, até sentir o corpo paterno deslizar vencido por suas mãos ambiciosas, frias e ingratas...
 
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Os nossos vereadores agiram desta maneira com relação ao caso Caçula, agora, ex-edil. No momento da grande batalha que era para pelo menos de se posicionarem contra ou a favor pela permanência moral do então vereador, simplesmente deixaram que os movimentos populares lutassem sozinhos a batalha que era da Câmara. Neste caso os vereadores representam Commodus; a decência é Marcus Aurelius e o povo é Maximus.
          
            Chico Caçula foi sentenciado no dia 21 de maio, e os vereadores se posicionaram oficialmente sobre isto apenas no dia 16 de junho, ou seja, 26 dias depois que Caçula foi condenado. Mas este posicionamento só veio depois que Caçula jogou a toalha renunciando por não agüentar mais a pressão popular que chegava das ruas e aumentava dia a dia, e não porque os vereadores teriam decidido pelo afastamento de Caçula o ameaçando com um Processo Disciplinar. Somente neste momento, quando a batalha estava vencida pela força e honra popular (Maxximus), os vereadores (Commodus) apareceram no campo de batalha empunhando uma tosca espada em forma de uma nota oficial totalmente tardia, sem propósito e inócua, já que o inimigo estava morto e a batalha finda.
            Tudo isto sob o olhar triste e decepcionado da decência (Marcus Aurelius) que assistiu de um lado o povo duelando sozinho por uma providência das autoridades e do outro por de trás das portas dos gabinetes, viu os olhos miúdos dos vereadores que espreitavam pelas brechas da própria fraqueza, esperando pela derrota, de qualquer um, para do nada surgirem valentes e ficarem do lado do vencedor, seja ele quem for.
            Como se não bastasse toda omissão dos vereadores, eles atacaram a decência com um golpe derradeiro, a divulgação da nota oficial carregada com uma pérola em forma de frase na parte final, dizendo que a “Câmara dos Vereadores estava atenta aos clamores da população”. Ou seja, ficaram calados na hora errada e se manifestaram quando não adiantava mais!
            
            Quero fazer justiça, apenas o vereador Sid Orleans, se posicionou contra a permanência de Caçula na Câmara, foi cobrado via facebook sobre o assunto, primeiro pelo companheiro de partido dele, Edison Silveira e em seguida por mim, e lá nos acréscimos finais do segundo tempo divulgou uma nota às 09:08 do dia 16, e a Câmara postou no sítio do legislativo municipal a nota de esclarecimento às 15:49:00, do mesmo dia. Mas, vereador Sid foi em tempo, parabéns de novo. Eu também daria os parabéns se Sid Orleans, ou qualquer outra pessoa defendesse Caçula, o grave nesta história toda, não foi ficar a favor ou contra o condenado, ou se era legal ou ilegal; se moral ou imoral; se ético ou não! O que pesou foi o silêncio de quem deveria ter falado, se posicionado antes da renúncia de Chico Caçula, que também calou-se.
 
            Eu, Fabrícius Bariani, e o jornalista e âncora do programa Alerta Total, Augusto José, e porque não, as pessoas que se posicionaram durante a batalha do “Legal versus Moral”, não pedimos em nenhum momento que Chico Caçula fosse expulso da Câmara Municipal sem ser respeitado os direitos dele de cidadão de aguardar o transitado em julgado. Por mim, que ele recorra até a última instância e que a justiça seja feita, é direito e pronto.
            A nossa posição foi de tornar público os apelos populares que nos chegava diariamente através de e-mails, telefonemas e pessoalmente para expormos em nome deles que não aceitavam por uma questão moral, no entendimento deles, a presença do vereador condenado como representante nosso. É a voz do povo!
            A cobrança sempre foi motivada justamente por este ponto crucial, ou seja, o que garante a Lei não está mais sendo aceito pela população, há aí um novo momento, talvez amadurecimento, que mais cedo ou mais tarde chegará ao Supremo Tribunal Federal (STF), provavelmente. Hoje, a lei garante a condenação definitiva somente depois do transitado em julgado, mas em determinados casos, o brasileiro já não sente que isto seja justiça e pede uma nova aplicação deste entendimento. O povo quer algo menos legalista e mais moralizador.
 
            No caso de Caçula, independente de ele chegar a ser definitivamente condenado ou absolvido pela justiça, ficou claro para as pessoas que votaram nele, para as mães, mulheres, filhas e todas pessoas frágeis, minorias, simples, honestas, honradas que houve um crime de estupro. Mesmo que a justiça não o condene, por falta de provas ou porque o crime venha a prescrever, não apagará da certeza popular que Caçula estuprou uma menina de 13 anos de idade e isto não tem STF ou recurso que altere esta certeza popular.
            Na visão do cidadão e da cidadã portovelhense Caçula não pode exercer um mandato popular e nem a sua ex-assessora Wanderléia Rodrigues Guedes um cargo público. E isto vale também para deputados estaduais, federais, senadores, prefeitos, governadores e presidentes da República, ministros, secretários, etc.
 
Na Minha Opinião...
          
            ...os vereadores e vereadoras Commodus esperaram bem “acommodadus” o desenrolar da batalha entre a “Maximmus” qualidade do povo, a HONRA, contra o “Bárbaro” inimigo a OMISSÃO e tudo sendo assistido com muita tristeza, vergonha e decepção por Marcus Aurelius, que é a DECÊNCIA natural do povo de Porto Velho, mas que está agora vacinado e imune contra futuros surtos da “SÍNDROME DE COMMODUS”.
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