A atuação de grupos especializados em roubos e execuções, na região Vale do Jamari, coloca em alerta as policias Civil e Militar. Um exemplo do poderio destas quadrilhas pode ser visto com a prisão de escopetas, fuzis e pistolas apreendidos na semana passada em Ariquemes – entre as armas estava um fuzil calibre 556 do mesmo modelo de um AR-15, bastante utilizado em guerras no oriente médio e por traficantes nas favelas do Rio de Janeiro.
Na polícia Civil, as buscas estão concentradas na captura de dois suspeitos de terem participado do assalto ao Banco da Amazônia de Ariquemes, em março – a quadrilha conseguiu levar mais de R$ 500 mil dos cofres da agência.
O delegado que preside o inquérito deste assalto a banco, Rodrigo da Silva Duarte, explica que a quadrilha tinha ligação com assaltantes de banco do nordeste brasileiro. Ele conta que Denis Danilo Andrade e João Ferreira da Silva eram foragidos da justiça do Piauí por terem participado do roubo de R$ 1 milhão a uma agência bancária naquele Estado – os dois acabaram executados enquanto transportavam o dinheiro, que foi levado por outros integrantes da mesma quadrilha.
Duarte ainda revela que a atuação de organizações criminosas no Vale do Jamari se deve a posição geográfica dos municípios e as suas inúmeras rotas de fuga – é possível chegar à fronteira do Brasil com a Bolívia atravessando áreas de reserva florestal nos municípios como Buritis e Campo Novo. “Estamos nos organizando para fazer um combate ainda melhor a grupos organizados que realizam roubos e tráfico de drogas nesta região. É questão de tempo para que as quadrilhas comecem a cair, como já está acontecendo”, comenta o delegado citando a apreensão de armas da semana passada e a prisão de Bento Missias e Francisco da Silva, acusados de serem integrantes da quadrilha que roubou o Basa de Ariquemes.
Na polícia Militar, o comandante do 7º Batalhão da PM, major Antônio Matias de Alcântara, suspendeu a folga dos soldados e reforçou a segurança nas ruas de Ariquemes, depois que 87 detentos foram libertados, através da antecipação do regime de progressão de pena, medida adotada pela Vara de Execuções Penais para diminuir a superlotação do presídio da cidade. “Estamos em alerta para fazer a defesa da população. É importante que a criminalidade seja respondida a altura e nós estamos prontos para cumprir o nosso papel em defesa da sociedade”, resumiu o comandante.