Agricultores familiares do Projeto de Assentamento (P.A.) e reassentamentos de Porto Velho-RO, visitaram, nesta última quarta-feira, 20, um dos maiores plantios de açaí do estado do Amazonas. Localizada no quilômetro 40 da BR-319, em Humaitá, a propriedade do agricultor Antônio Quintino desenvolve técnicas de plantio envolvendo a cultura do açaí, cultivar BRS-Pará, sem irrigação. Acompanhados dos extensionistas da Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia (Emater), o grupo teve a oportunidade de conhecer árvores em diferentes estágios etários.
O açaizeiro destaca-se entre os diversos recursos vegetais, pela abundância e produção de um importante alimento para as populações locais. Presença constante na dieta dos nortistas seu fruto é hoje apreciado em várias regiões do Brasil e do mundo. É na região norte também que está o maior produtor de açaí. Somente o Pará cultiva 85% da produção mundial.
A iniciativa de levar agricultores para conhecerem uma propriedade de sucesso partiu do engenheiro florestal da Emater, Alexandre Chaves Maciel. Ele, o técnico agropecuário, Paulo Jean e o engenheiro agrônomo Janderson Dalazem convidaram 60 agricultores de P. A. Joana D’Arc I, II e III, e dos reassentamentos Riacho Azul e Novo Engenho Velho, interessados em trabalhar com a cultivar, como forma de agregação de valor ao processo produtivo da agricultura familiar, para visitar o local. O objetivo era mostrar aos agricultores a produção e viabilidade econômica da cultura.
O açaí, por ser uma planta da região amazônica, adapta-se facilmente ao solo e condições climáticas local. Com a expansão de seu consumo, principalmente pelas indicações à saúde, ainda em estudo, tornou-se um produto de grande potencialidade de mercado. “A demanda é grande, pois o consumo hoje, já está maior que a produção”, explica Janderson.
A propriedade de Antônio Quirino possui 200 hectares, dos quais, 46 hectares são dedicados ao plantio de açaí, cultivar BRS-Pará. A área na propriedade visitada conta com 54 mil plantas, todas consorciadas com a leguminosa puerária, com o objetivo de cobrir o solo e não permitir a ocorrência de plantas invasoras. Essa prática é também conhecida como adubo verde.
O sistema visitado não utiliza irrigação, o que seria considerado essencial para a cultura, porém as práticas de manejo como o controle de espaçamento e da densidade de plantas por touceira são controladas rigorosamente. Alexandre conta que lá, as árvores de açaí estão produzindo frutos com apenas dois anos e três meses de idade, quando o normal é de três a quatro anos.
Além dessa constatação, os agricultores visitantes puderam observar plantios de açaís em diferentes idades, compreendidos entre dois e sete anos. “Eles puderam comparar as produções e ver na prática o que eles poderão ter no futuro”, diz o engenheiro florestal.
Hoje, com a orientação dos extensionistas da Emater, os agricultores estão iniciando suas atividades com o açaizeiro. Nos P. A. Joana D’Arc I, II e III eles já estão com seus viveiros construídos, e estão agora produzindo as mudas para plantio em dois hectares de sua propriedade.