BASTIDORES DA NOTÍCIA – Continua a via crucis dos usuários dos transportes coletivos com novo aumento a partir desta quinta – Por Marcos Souza
Foto: Divulgação
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RECLAMAÇÕES - Via Twitter ou contato pelo e-mail da redação as reclamações que mais chegam é sobre a precariedade do transporte coletivo na capital. O que já vem sendo uma rotina. Na semana passada ocorreu uma explosão da violência em frente a sede da prefeitura do município, Palácio Tancredo Neves, envolvendo policiais militares e estudantes, que estavam protestando contra o aumento da passagem de ônibus - que deve ser efetivado no município a partir desta quinta-feira (24). Naquela ocasião, os estudantes saíram da praça Aluísio Ferreira e caminharam gritando palavras de ordem e com jargões intimidadores.
O processo de instigação que levou ao cume do protesto é resultado de uma série de fatores que não se adéqua apenas ao aumento das passagens, mas o que esse aumento traz de efetivo a melhoria do transporte coletivo na capital. A conversa é sempre a mesma, dos empresários do setor e dos acordos estabelecidos entre autoridades do município – como o COMTRANS – Conselho Municipal de Transporte Coletivo -. Nem mesmo a fiscalização do Ministério Público de Rondônia parece surtir o efeito desejado, pois os mesmos problemas permanecem.
PRECARIEDADE - Volta-se ao ponto inicial do texto, as reclamações em relação a precariedade do serviço de transporte coletivo oferecido no município. Quebra de ônibus em alguns pontos é rotina, falta de frota para determinadas linhas que já estão com uma demanda maior de usuários nem se conta. Cumprimento de horário em muitos pontos é artigo de luxo. O pior é a administração municipal concordar com as justificativas das empresas e não oferecer condições necessárias até para a comunidade ou mesmo empresários.
Pontos de ônibus sucateados (alguns sustentados pela boa vontade dos usuários), outros pontos que ficaram esquecidos até mesmo dentro de vias abandonadas e tomadas pelo mato. Sem contar as ruas esburacadas e sem condições mínimas de tráfego. Trechos e locais inteiros cerceados por perigos de violência e sem segurança. É uma onda de problemas que circundam o transporte coletivo local. O que não justifica um aumento que propõe mudanças necessárias, mas que não são efetivadas nem a contento, porque, simplesmente não transparece ao usuário comum as benesses propagadas. Basta lembrar que quando houve o aumento anterior a esse a conversa era a mesma, as propostas de mudanças (para melhor) eram as mesmas, adequadas a uma “nova realidade” daquela ocasião, o que não aconteceu, a população aumentou, mas os problemas permaneceram e não justificaram o aumento daquela época.
CONSELHO - hoje o aumento justificado é que o COMTRANS deve fazer o acompanhamento e fiscalização da qualidade do Transporte Coletivo em Porto Velho, a partir deste aumento para R$ 2,60. Ou seja, no momento para justificar o aumento o acordado foi que a frota contará com mais 17 ônibus (inclusive com um para atender o Hospital Santa Marcelina), além da implantação de GPS na frota (com uma central instalada na Secretaria Municipal de Trânsito) para conferir se os ônibus cumprem horários.
Vale ressaltar que no dia 29 de dezembro do ano passado, o mesmo Conselho votou contra o aumento jogando a decisão para o prefeito Roberto Sobrinho, que viajou e, praticamente, deixou em suspenso o aumento. Naquele momento a discussão da passagem eram de valores que iam R$ 2,92 (empresários) a R$ 2,70 (prefeito). Foram oito conselheiros votando contra o aumento. Na aprovação do aumento para R$ 2,60, foram 12 votos favoráveis entre 14 conselheiros.
O presidente do Conselho, Itamar Ferreira, também secretário titular da SEMTRAN, comprometeu em construir mais 36 novos abrigos. Compromissos que foram assumidos e registrados. Porém são obrigações e deveres que deveriam estar sempre na pauta da administração municipal. Comparar o aumento local e justificar com a realidade de outras capitais é infantilidade.
MPE - O Ministério Público de Rondônia, através da Promotoria de Justiça da Cidadania, entrou com pedidos liminares para as melhorias necessárias e obrigatórias com base na prestação de serviços juntos as empresas Três Marias e Transporte Coletivo Rio Madeira, requerendo não só aumento da frota (para atender a demanda na zona Leste, Campus Unir, Linha Universitária, Santa Marcelina, entre outras), como acessibilidade.
Nos pedidos de liminar, totalizando 10, consta também em 30%; aparelhamento de 100% da frota com ar-condicionado em funcionamento e o aumento da integração obrigatória das linhas (definir e alterar o itinerário das linhas e criar novas Linhas Circulares).
CENAS – A partir desta quinta-feira o usuário de transporte coletivo de Porto Velho deve encarar então o novo valor da passagem, de R$ 2,60, e com paciência esperar as mudanças propaladas e que serviram de justificativa para o abusivo aumento. A realidade comum do usuário é enfrentar em horários de picos, ônibus lotados, linhas atrasadas, quebra de veículos, aglomeração em pontos de ônibus precários. As melhorias são necessárias por toda a cidade e a fiscalização, denúncias devem continuar a rodo. Ainda assim não se justifica uma tarifa tão alta pela deficiência dos serviços apresentados, seja do município quanto das empresas.
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