Choro, traição e ranger de dentes – Por Valdemir Caldas
Foto: Divulgação
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Correligionários e simpatizantes do senador Valdir Raupp (PMDB-RO) estão decepcionados, amargurados, até. Coitados! E não é sem razão. Raupp não conseguiu emplacar seu nome como titular da mesa diretora do senado, para o biênio 2011/2012, apesar de sua vitória ter sido apontada como favas contadas, inclusive, com destaque nas primeiras páginas de alguns jornais locais.
Louve-se o esforço de Raupp para conquistar mais esse importante posto de mando na política nacional, mas, infelizmente, todo o seu trabalho redundou em frustração. Depois de horas e horas singrando, o barco do senador acabou encalhado nos arrecifes do desalento, levando toda a tripulação ao desespero.
Não se sabe, ao certo, o motivo pelo qual seus colegas de partido o teriam rifado da disputa, mas é possível que os problemas judiciais contra os quais o senador se vem debatendo, desde há muito, tenham contribuído para melar seu projeto político. Que pena!
Nesse caso, teria a cúpula peemedebista preferido não correr o risco, mais uma vez, de expor o partido ao ridículo, transformando-o em alvo de críticas e motejos por parte da imprensa nacional, já que, em nível local, o senador desfruta de considerável círculo de amizades (?) nessa seara.
Mais uma vez, o PMDB fez barba, bigode e cabelo, confirmando o senador José Sarney na presidência da casa. O PT teve que se conformar com a 1ª vice-presidência. Tudo, evidentemente, em nome da tão propalada governabilidade, a cujo substantivo muitos políticos canalhas têm recorrido para tentar justificar o mais deslavado mercadejamento.
A propósito, para quem sempre quis está na crista da onda, o PT parece haver incorporado muito bem o papel de ator coadjuvante, conquanto seu desempenho, a cada cena, tenha sido uma lástima.
Observe-se a eleição para a escolha da mesa diretora da Assembléia Legislativa. Depois de passar uma rasteira no governador Confúcio Moura, o PT acabou caindo nos braços do deputado Valter Araújo, que garantiu a presidência da ALE e presenteou o petista José Hermínio Coelho com a 1ª vice-presidência.
Não custa repisar, contudo, que Araújo é arqui-inimigo do prefeito de Porto Velho, Roberto Sobrinho, companheiro de Hermínio. Tudo por causa da construção do Porto Velho Shopping. Aquela história do dinheiro. Lembra-se? Pois é. Mas, como escreveu Tocqueville, “na política, os ódios comuns são à base das alianças”.
A política, alguém já disse, é como nuvem. Você olha, ela está de um jeito. Olha de novo, ela já mudou. Hoje, os aliados e simpatizantes do senador Raupp estão chorosos; amanhã, quem sabe, terão eles motivos suficientes para mostrar os dentes.
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!