Na noite desta terça-feira (11), o Brasil tomou conhecimento do circo de horror chamado Pronto Socorro João Paulo II, nosocômio que atende pacientes de Porto Velho e Interior. Porém a reportagem realizada por uma equipe enviada especialmente para escancarar a realidade da saúde pública de Rondônia deixou a desejar.(VEJA AQUI)
A situação esdrúxula e aviltante a qual os contribuintes rondonienses são submetidos no JPII não é nenhuma novidade, muito menos um “furo jornalístico”. Desde junho de 2009, o Rondoniaovivo publicas reportagens com imagens exclusivas das condições subumanas dos pacientes do JPII. ( VEJA AQUI) ( VEJA OUTRA AQUI).
Até o texto da matéria global muito se assemelha ao publicado pelo seu jornal eletrônico. A única diferença é que tivemos que fazer a reportagem no método “câmera escondida”. ( VEJA VÍDEO DE 2009 AO LADO) Totalmente diferente do repórter que chegou a fazer passagem na porta da UTI – Unidade de Terapia Intensiva. Será que daqui dois meses algum jornalista local vai poder filmar abertamente dentro do JPII. Ou esta matéria foi tudo um jogo de cena para justificar a necessária e urgente intervenção federal na saúde de Rondônia?
O repórter global pecou ao não dar importância para o porquê da super lotação do Hospital. De modo simplista, para os profissionais da Rede Globo – “As pessoas estão realmente sofrendo, sem que tenha acontecido nenhum problema grave que justifique um amontoado de pacientes nos dois principais hospitais do estado à espera de atendimento”.
Isto mesmo, para a poderosa Globo nenhum problema grave está acontecendo para justificar a presença de tanta gente amontoada. Tenham a santa paciência. Nada grave os cambau.
Para esclarecer a vesga visão, que deve ser também da afiliada local, temos dois graves problemas que incharam a saúde em Porto Velho.
Primeiro, está é a única capital do Brasil que não possui nem pronto socorro, nem hospital municipal. Isso mesmo, a única capital do Brasil sem os serviços públicos de saúde municipaL. Isto por culpa dos últimos prefeitos, incluindo a atual gestão que já está no poder há sete anos. Ninguém que passou pelo palácio Tancredo Neves teve vergonha na cara para resolver o problema. Aliás, nos arquivos do Rondoniaovivo temos um vídeo do atual prefeito Roberto Sobrinho elogiando o JPII. Enquanto não houver uma intervenção do município de Porto Velho o problema vai persistir.
Segundo ponto, a construção das duas Usinas Hidrelétricas na capital de Rondônia, com o aumento de mais de 50.000 pessoas na população de Porto Velho. São famílias inteiras e trabalhadores que vieram para a capital construir a redenção energética do Brasil. Porém, nenhum hospital foi construído para atender o aumento da demanda. Lembra e muito os trabalhadores que no início do século passado vieram construir a Estrada de Ferro Madeira Mamoré e se amontoavam no Hospital da Candelária.
Resta saber se o repórter foi instruído a não ver isto? Resta saber se o direcionamento da matéria não era para saber o porquê de tanta gente sem acesso a saúde digna. Aí o leitor pergunta? Mas e os governantes, não têm culpa?
Todos têm, a administração (Cassol/Caúla) que deixou o governo recentemente não deu a devida atenção. Tratou com desdém o problema e foi defenestrada nas urnas. O prefeito Roberto Sobrinho é outro que parece insensível ao caos na saúde de Porto Velho.
Mas não podemos esquecer-nos da própria Rede Globo, que possui uma afiliada na região e estava “cega” ao problema. Se praticassem jornalismo investigativo de verdade e não ficassem dando amém a todos os políticos que estão no poder, fazendo o jornalismo de “rapapé de gabinete”, quem sabe a pauta JPII já não teria há alguns anos subido para a matriz no Rio de Janeiro. Mas, sabe como é, o departamento comercial precisa fechar a meta e aí, que se dane o povo.
Esperamos que com a conhecimento público brasileiro da situação na saúde em Porto Velho, o Governo Federal tome uma atitude célere para resolver o problema, que não é nenhuma novidade para o rondoniense.