EDUCAÇÃO - Como Salvar Rondônia e o Brasil - Por Professor Nazareno*

No dia primeiro de janeiro tomaram posse os 27 novos Secretários de Educação do país. Há sempre expectativas de que as coisas mudem por meio do conhecimento. Porém é muito difícil haver qualquer modificação na estrutura da nossa sociedade se novas e d

EDUCAÇÃO - Como Salvar Rondônia e o Brasil - Por Professor Nazareno*

Foto: Divulgação

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No dia primeiro de janeiro tomaram posse os 27 novos Secretários de Educação do país. Há sempre expectativas de que as coisas mudem por meio do conhecimento. Porém é muito difícil haver qualquer modificação na estrutura da nossa sociedade se novas e diferentes medidas não forem implementadas já a partir da posse desses novos mandatários. No nosso Estado, o Governo da "Nova Rondônia" indicou um engenheiro para comandar a castigada, desprestigiada e pouco reconhecida área educacional. Embora a tarefa seja muito difícil, existem fórmulas que se seguidas à risca poderiam mudar a triste realidade do Brasil e de qualquer um dos Estados da Federação. No entanto, é preciso coragem e vontade política para se atingir esses objetivos.

A maior parte dos recursos púbicos deveria ser investida nos Ensinos Fundamental e Médio e não na Universidade enquanto a qualidade nesses níveis for sofrível. E é o que fazem as principais nações do planeta. Quem tem de ser fortalecida é a base e não o teto da casa. Em países sérios, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio públicos são de extrema qualidade. As boas universidades da Europa e dos EUA são, na sua maioria, particulares. Essa equação é totalmente invertida no Brasil e precisa mudar. Além disso, o Governo deveria premiar os melhores alunos com bolsas e aulas extras para que melhor desenvolvessem o seu talento. Como Rondônia não banca o ensino superior esta tarefa fica ainda mais fácil, já reconhecer talentos incentiva o jovem.

É preciso também melhorar o salário dos professores. No Brasil um bom professor ganha a mesma coisa que um mau professor. A profissão precisa ter incentivo, precisa ser atrativa. Enquanto no Japão o Imperador reverencia qualquer mestre, aqui no Brasil há relatos de professores que levam surras de alunos e sempre estão às voltas com o Ministério Público respondendo a processos absurdos. Mas não se enganem, pagar bem aos professores não resolve o problema da educação. A saúde em Porto Velho, por exemplo, sempre esteve um caos e não há perspectivas de melhorar. Alguém sabe quanto o Estado paga de salário a um médico?  A questão da Segurança Pública também é um desastre. Quanto ganha um Delegado de Polícia pago por este mesmo Estado?

Criar pólos voltados para a área tecnológica e afinados com a demanda do mercado de trabalho seria outra saída. Em Rondônia, com os recursos do PAC, devíamos lutar por uma Universidade Estadual. Temos mais de 12 milhões de cabeças de gado. Laticínios, frigoríficos, adubos, rações e tantas outras coisas ligadas a esse setor poderiam ser trabalhadas pela educação estadual. Centros de pesquisas, universidades, boas escolas é aposta certa no futuro dos nossos jovens. Em vez disso ficam construindo pontes sem estrada, viadutos (abandonados) e outras tolices só para desviar dinheiro público. O Estado precisa atrair as empresas do setor privado para patrocinar as escolas já que a futura mão-de-obra deve ser treinada com antecedência.

Mas o Governo sozinho não resolverá nada. Os nossos alunos precisam estudar mais. Escola de tempo integral é uma realidade do Primeiro Mundo já faz tempo. No Brasil existe somente em época de eleições. Os alunos brasileiros estudam menos de metade do tempo dos japoneses e sul-coreanos. Os pais devem também ser incentivados a participar assiduamente da educação dos filhos. Porém, temo que nada disso aconteça. A disputa por cargos políticos e o fisiologismo são desgraças que nos acompanham há tempos. Sempre se preferiu a indicação política à técnica. Mas agora parece que se mudará esta prática, pelo menos aqui no Estado. Entretanto, sem estas propostas o resto é conversa fiada e nem colocando a professora Victória Bacon ou o professor Pantera no comando do MEC resolve este problema. Estas sete propostas são o começo, a luz no fim do túnel. A Educação, como salvadora dos povos e das nações, deve ser levada a sério. E é o que se espera. No Brasil e em Rondônia.

 

 

*Leciona em Porto Velho.

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