TEATRO - Memória da carne

(*) Chicão Santos é homem da cena e criador do O Imaginário

TEATRO - Memória da carne

Foto: Divulgação

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Memória da Carne o novo trabalho da Cia de Teatro Fiasco de Porto Velho nos remete ao teatro das possibilidades, primeiro pelo lugar escolhido para sua realização a Faculdade Católica de Rondônia (antigo mosteiro), na rua Gonçalves Dias, no bairro Caiari, ao lado da Igreja Matriz. O salão superior recebe todas as sextas-feiras, 40 pessoas que se acomodam em banco e cadeiras rústicas para compartilhar com os atuadores Claudio Zarco e Ely Moreno de momento claustrofóbico, misturando uma ação física do atores na tentativa caótica de fugir de suas próprias memórias.

Os fragmentos do texto proposto e o envolvimento psicológico da ação nos remete a uma territorialidade do isolamento e da impossibilidade da fuga do universo das memórias. Estamos presos à nossas memórias. O trabalho inova quando já na entrada o espectador é convidado a registrar suas memórias em filipetas e entregar aos atores quando da cena, misturando as já existentes nos “baldes das memórias”. A atuação dos dois jovens atores é impecável, carregada de emoções e sentimentos, revelando um potencial do ator criador e compositor de suas poéticas e das próprias ações. Memória da Carne é o conjunto de memórias encravada no âmago e no mais profundo isolamento da solidão humana. Não há como fugir de nossas memórias, são registros marcados na nossa própria carne.

Nos aspectos dramatúrgicos o autor nos revela uma obra fragmentada e com solidez na força das palavras e nas suas intenções. É uma visão contemporânea de falar do que não é previsível e visível aos olhos. É preciso refletir e talvez fundamentalmente fazer essa conexão com as memórias existentes em cada minúsculo pedaço de nossa carne. Importante também falar da direção de Francis Madirson que se alicerça no fundamento do teatro físico e no despojamento da cena, quase nada cenograficamente falando e o foco, o centro é a atuação dos jovens atores. Desta forma, constrói todo seu projeto de encenação na força que vem dos atores. É esperar sexta-feira chegar e sentir as memórias na própria carne.

 
 
 
 
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