Uma mulher e quatro crianças vivendo com uma renda mensal de R$ 150,00. “Às vezes falta água, às vezes luz, às vezes açúcar. Não tem um dia que não falte alguma coisa”. Essa é a realidade de Jaqueline Rodrigues da Silva, 31 anos, e suas quatro filhas, Riqueline, 14, Michele, 10, Viviane, 3 e a caçula, de oito meses de idade.
Elas moram no bairro Jardim Primavera em casa própria, deixada pelo ex-marido. Separada há mais de um ano, Jaqueline ainda não trabalha por causa das filhas menores. Ela tem ainda um filho de 12 anos, que mora com o pai.
A renda que “sustenta” a família vem da pensão paga pelo ex-marido, pai dos três filhos mais velhos. Já o segundo marido, pai das duas meninas mais novas nunca ajudou em nada. “Ele nem se lembra que tem filhos”, contou Jaqueline. “Tem mês que eu pago luz, tem mês que eu deixo faltar”.
Sobre a água, Jaqueline disse que paga uma multa de R$ 1700,00 reais no SAAE, em parcelas de 50,00 por mês. “Já chegou a faltar água aqui e tivemos que pegar nos vizinhos para beber a noite”, relata.
Na cozinha da casa, um fogão sem atividade. “Faz tempo que não compro gás. Cozinho em um fogão à lenha”. No tanque que fica no meio do quintal nem sempre é possível lavar as roupas da família. “Sempre falta sabão. Às vezes vou à casa do meu pai pedir alguma coisa”.
As cinco dormem no mesmo quarto. Duas camas se apertam para comportar todas as pessoas, mas não há outro espaço na casa. Jaqueline lembra que nunca havia passado por uma situação parecida. “Morei minha infância toda em sítio, sempre teve fartura”. Em Vilhena, já trabalhou como doméstica.
Com a proximidade do dia das crianças, a preocupação é ainda maior. “Não vou poder dar nenhum brinquedo para minhas filhas”. Mas as crianças sonham. Perguntada sobre que gostaria de ganhar, Michele, a de 10, disse rapidamente que uma bicicleta. Das crianças, nenhuma tem ou teve um objeto assim.
Hoje, para sobreviver, conta com a ajuda da Pastoral da Igreja Católica e cesta básica que ganha no Fórum. Além de vizinhos que sempre apóiam com alguma coisa.
Sobre o futuro, Jaqueline se mostra confiante. “Sei que quando começar a trabalhar tudo vai melhorar”, espera. “O que eu preciso mesmo é arrumar um emprego”.
Quem quiser ajudar a família de Jaqueline pode entrar em contato com ela através do telefone 9969-7128. Ou mesmo, ir até a casa dela na Avenida 1711, nº 2034, Bairro Jardim Primavera, no Setor 17, perto da igreja Metodista Wesleyana.