Os amigos do senador – Por Valdemir Caldas

Da Redação

13 de Julho de 2010 às 11:47

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Os amigos do senador – Por Valdemir Caldas

Foto: Divulgação

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O que há de incomum entre Williames Pimentel e Josafá Piauhy Marreiro. Primeiro, ambos são amigos e aliados do senador Valdir Raupp. Segundo, os dois chegaram a postos de mando pelas mãos do senador rondoniense e, terceiro, tanto Pimentel quanto Josafá freqüentaram a carceragem da Polícia Federal.

Secretário Municipal de Saúde do governo Roberto Sobrinho (PT), Pimentel foi preso, pela Polícia Federal, em abril do ano deste ano, acusado de cometer vários ilícitos, quando passou pela diretoria administrativa da FUNASA. O mesmo aconteceu com Josafá, atual coordenador regional do órgão.

Agora, é o Secretário Municipal Extraordinário de Projeto Especiais, Pedro Beber, outro amigo e aliado de Raupp, que é acusado de falsificar uma assinatura para beneficiar uma empresa de fachada. A denúncia já teria chegado ao conhecimento do Ministério Público Estadual.

No caso de Pimentel, houve quem acreditasse que o prefeito Sobrinho teria coragem de exonerá-lo do cargo. Ledo engano. Simplesmente, porque quem manda na SEMUSA é o PMDB, que é controlado pelo senador Raupp. Por isso, nada vai acontecer com Beber, caso seja comprovada a denúncia contra ele. É o diz-me com quem andas e te direi quem és.

Por outro lado, acredita-se que o denunciante só resolveu abrir o bico por que alguém tentou passar-lhe uma rasteira. Caso contrário, teria ficado calado, servindo-se do banquete, sem reclamar. Preferiu dá uma de Roberto Jefferson, denunciando o mensalão, quando percebeu que o petismo queria comer sozinho.

O pior de tudo, nesses e noutros episódios, é que a sociedade não reage. Não sai às ruas para protestar, gritar. A impressão é a de que estamos todos anestesiados pela repetição das mesmas patifarias, assim como se estivéssemos com o organismo saturado de dor, que não mais responde aos acicates do sofrimento.

Enquanto ninguém faz absolutamente nada de concreto para colocar um freio nas bandalheiras praticadas com o suado dinheiro do contribuinte, a criminalidade continua ganhando terreno, gerando suas crias e instalando-as em postos de mando, para saciarem seus apetites nas flácidas tetas da administração pública.

Comprovadamente, honra e dignidade não encontram lugar no código dessas pessoas. São os arraigados maus hábitos que, ao longo da história deste estado, se veem praticados sob os aplausos velados de uma minoria que de tudo faz para matar sua avidez onírica, em detrimento das legítimas aspirações da população.

Para ser aceita e respeitada, a administração pública tem que manter-se nos limites da decência e da produtividade social. Infelizmente, não é isso a que estamos assistindo. Não raro, cargos públicos são transformados em instrumento de barganha, para a satisfação pessoal ou de grupelhos. É a certeza da impunidade alimentando os predadores do erário.

Espera-se que essa não seja mais uma denúncia a cair na vala comum do esquecimento, à semelhança de tantas outras de que se tem notícia. A justiça precisa ser mais rigorosa contra essa gente. A sociedade guardará consigo o veredicto punitivo.

Direito ao esquecimento

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