O dia D da campanha “Dê cartão Vermelho ao Trabalho Infantil”, executada na Capital, pela Secretaria Municipal de Assistência Social, realizado no último sábado, trouxe como principal temática o resgate da essência do brincar. O evento aconteceu no Parque da Cidade e ofereceu às crianças um dia de lazer, com diversas brincadeiras e muita diversão. Durante o dia 12 todo o país voltou seu olhar para a retirada de crianças da situação de trabalho com o objetivo de inseri-las na educação e esporte. Além das atividades lúdicas, a comunidade passou por conscientização sobre os prejuízos físicos e psicológicos que o trabalho durante a infância traz a criança. Em parceria com a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (Semes), Fundação Iaripuna e faculdades particulares o evento reuniu dezenas de crianças da Capital.
Para a secretária Benedita do Nascimento, a preocupação é que a situação seja erradicada em Porto Velho e que as crianças que estejam em vulnerabilidade sejam atendidas pelo Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti). “A data é um momento de sensibilização, mobilização e potencialização dos esforços empreendidos no combate e prevenção do trabalho infantil”, enfatizou a chefe da pasta.
Benedita explica que o principal objetivo da data este ano é chamar a atenção da sociedade e dos estados sobre a necessidade de medidas urgentes em nível nacional para acelerar a ação contra o trabalho infantil. Em Porto Velho, o Peti atende a 160 crianças, o programa é executado no Centro Integrado da Criança e do Adolescente (Cica) onde permanecem durante o horário contrário ao da escola. Para participar do programa a criança precisa estar devidamente matriculada e freqüentando a escola regularmente.
Dados
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), realizada anualmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que o trabalho infantil resulta em baixo rendimento escolar e econômico das famílias onde crianças e adolescentes trabalham. Embora a grande maioria esteja matriculada na escola, o rendimento e a evasão escolar é três vezes maior entre crianças e adolescentes que trabalham, comparados com os que não trabalham. A PNAD de 2007, por exemplo, apontou que 30,7% dos adolescentes que trabalham, entre 16 e 18 anos, deixaram de frequentar a escola. Entre os adolescentes com 14 e 15 anos, o índice de escolarização dos que não trabalham é de 93,6%, ao passo que, entre os que trabalham, esse percentual cai para 84,7%.
A secretária acrescenta que pelo disque 100 é possível realizar as denúncias de casos de trabalho infantil. O serviço funciona diariamente, finais de semana e feriados, das 08h às 22h, a ligação é gratuita. “É preciso romper com o pacto de silêncio que encobre as situações de abuso e exploração contra crianças e adolescentes”, finalizou.