A introdução de árvores nos sistemas de produção de café no Estado de Rondônia é um dos temas do Dia Especial do Café, evento que acontece neste sábado, dia 22 de maio, na área experimental da Embrapa localizada no município de Machadinho d'Oeste. A pesqu
Foto: Divulgação
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A introdução de árvores nos sistemas de produção de café no Estado de Rondônia é um dos temas do Dia Especial do Café, evento que acontece neste sábado, dia 22 de maio, na área experimental da Embrapa localizada no município de Machadinho d'Oeste. A pesquisadora Vanda Gorete Rodrigues, da Embrapa Rondônia, fala sobre os resultados de dez anos de pesquisa em que foram testados diferentes consórcios entre plantas de café Conilon e espécies arbóreas.
O evento é voltado aos produtores e traz também palestras sobre sistema de condução do cafeeiro, colheita, pós-colheita, classificação, degustação e comercialização de café. De acordo com a pesquisadora Vanda Rodrigues, a arborização de lavouras de café oferece uma série de vantagens ambientais.
A primeira delas é a retenção de água no solo. As folhas que caem das árvores formam uma camada de matéria orgânica – também chamada de liteira –, que protege o solo e evita a perda de água. Além disso, a liteira é uma barreira física para a germinação de sementes de espécies invasoras na lavoura. O sombreamento da lavoura favorece também o balanço entre fotossíntese e respiração das plantas de café, de acordo com os especialistas. “Especialmente em regiões muito quentes como Rondônia, o excesso de calor faz com que os estômatos das plantas se fechem, o que dificulta a respiração”, explica a pesquisadora Vanda, mestre em agricultura tropical.Mas os resultados de pesquisa mostram também que é necessário cuidado com a intensidade da sombra. O cafeeiro é uma planta que exige bastante luminosidade e por isso é importante utilizar árvores com copas ralas, que ofereçam sombra na medida ideal.
De acordo com os pesquisadores, também é preciso rever o espaçamento entre os cafeeiros e a disposição das árvores.Experimento realizado no Campo Experimental de Machadinho d'Oeste desde o ano 2000 avaliou quatro espécies de árvores em lavouras de café. As que apresentaram melhor resultado foram a bandarra (Schizolobium parahyba var. amazonicum), uma espécie nativa, e a teca (Tectona grandis), espécie exótica com grande valor comercial para a indústria madeireira. Os resultados, mostram, porém, uma menor produtividade do cafeeiro, em comparação com o sistema a pleno sol. “Existem ainda muitas respostas a serem dadas”, explica a pesquisadora Vanda Rodrigues.
“Mas é importante, também, levar em consideração outros benefícios ambientais e não apenas a produtividade”, completa. Além da pesquisadora, fazem parte do time de palestrantes Milton Messias dos Santos, da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Regularização Fundiária (Seagri-RO), Gilvan de Oliveira Ferro, da Embrapa Rondônia, Ivo Bulhões, da Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron), Benedito Alves e Fryolan Antonio, da Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia (Emater-RO).O Dia especial do Café em Machadinho d'Oeste é uma iniciativa da Cooperativa Mista Agroindustrial de Machadinho d'Oeste, com apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, do Governo do Estado de Rondônia, do Banco do Brasil e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). O evento é aberto ao público e começa às 7h no Campo Experimental de Machadinho d'Oeste. Mais informações pelo telefone (69) 3581-3661.
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