Porto Velho e Rondônia poderiam mudar, sim! - Por Professor Nazareno

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Foto: Divulgação

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A minha produção de textos tem, ultimamente, direcionado suas baterias para o gravíssimo problema da falta de infra-estrutura existente em Porto Velho e de um modo geral em todo o nosso Estado. São deficiências verificadas em praticamente todas as áreas. Numa primeira observação, a impressão que se tem é que as coisas por aqui são feitas “aos trancos e barrancos”, quase sem nenhum planejamento específico. A questão é tão séria que numa hipotética comparação da nossa capital com qualquer outra cidade de mesmo porte no Brasil, perderíamos feio. Mesmo que fôssemos colocar lado a lado Porto Velho com capitais bem maiores e mais populosas e que na prática deveriam ter mais problemas, levaríamos a pior em qualquer item que fosse comparado.
 
É claro que esta verdade constrange a maioria dos que aqui nasceram e vivem. Parecem ser cegos ou não conhecem a realidade de outros lugares. Curitiba, capital do Paraná, por exemplo, é uma cidade de quase dois milhões de habitantes e muitas coisas por lá funcionam bem melhor do que aqui. E não adianta tentar arrumar desculpas dizendo que “a cidade das araucárias” é muito mais velha do que Porto Velho. Vejamos a questão dos transportes coletivos. Por que numa região metropolitana de quase quatro milhões de indivíduos essa atividade funciona quase que perfeitamente e aqui, uma cidade cinco vezes menor é uma catástrofe? Na área da saúde pública, estamos a anos-luz de distância dos curitibanos. Covardia falar de educação e saneamento básico. Mais derrotas para os rondonienses.
 
Claro que políticos sem-vergonha, fichas-sujas, sanguessugas e mensaleiros e também uma justiça lenta, elitista e leniente além de uma grande parcela de eleitores idiotas e acomodados são uma constante nas duas cidades. Mas não há como negar que os nossos irmãos do Sul têm uma qualidade de vida infinitamente melhor do que nós do Norte. Essa realidade não é apenas com a capital paranaense, mas praticamente com qualquer cidade do centro-sul do país. Formamos uma sociedade nova e por isso temos ainda muitos problemas, dizem os desinformados. Mas se a nossa formação é recente por que não copiamos somente as coisas boas que existem fora daqui? Por que importamos os defeitos e as coisas que não deram certo lá fora? Burrice ou falta de competência mesmo?
 
Poucos lugares do mundo têm a chance de mudar esta realidade como a nossa cidade, o nosso Estado. Com as hidrelétricas e todas as obras do PAC poderíamos apostar no nosso futuro. Investir em educação de qualidade, por exemplo. Abrir novas e boas universidades e contratar professores, mestres, doutores, cientistas e Phd’s seria uma forma segura de se investir no nosso amanhã. Muitos países fizeram isso e deu certo. Temos 12 milhões de cabeças de gado. Já conseguimos exportar nossa carne para o mundo inteiro. Cursos superiores na área de laticínios, frigoríficos, couros e tanantes além de infinitos outros setores da agropecuária poderiam ser explorados para poder dar emprego aos nossos jovens. Quem investe em educação tem retorno garantido, é fato.
 
Ao contrário disso, estamos apenas investindo em obras faraônicas que mal resolverão os problemas do presente. A não ser que estes viadutos, pontes e passarelas sirvam para abrigar os muitos desempregados do pós-usinas. Rondônia caminha para o abismo. Nossos políticos nada fazem. Insistem em dar mais prejuízos à União com uma PEC eleitoreira e atemporal. Faltam projetos sérios para encarar a nova realidade. Amar um lugar é querer mudar a dura e absurda realidade em que ele se encontra. É permitir melhorar o IDH e a qualidade dos serviços públicos que são prestados. Porto Velho e Rondônia necessitam de fortes investimentos em todas as áreas. Dinheiro para isso dizem que existe, só que insistimos em jogá-lo fora desperdiçando com bobagens. E o povo ainda aplaude.
 
 
 
 
*Leciona na Escola João Bento em Porto Velho.
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