Depois de passar a manhã inteira sem funcionamento do serviço lotérico em todos os municípios por causa de uma determinação da Justiça do Trabalho, o Estado de Rondônia acabou tendo suas 62 lotéricas reabertas ainda no início da tarde de ontem (quinta-feira, 18/3), por uma ação da Caixa Econômica Federal que derrubou a liminar conquistada pelo Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro (SEEB/RO), permitindo assim que a população em geral pudesse fazer o pagamento de suas contas (água, luz, telefone...) e apostas e jogos.
O restabelecimento desses serviços nas lotéricas, no entanto, não pode ser celebrado de forma tão entusiasmada, alerta o presidente do SEEB, Cleiton dos Santos, que acredita que enquanto não houver a segurança necessária dentro destas unidades financeiras, o temor pelo risco de assaltos continua. Ele conta que assim como qualquer cidadão, é completamente a favor do atendimento bancário executado nas lotéricas, pois também utiliza desse serviço para pagar suas contas.
“O sindicato, diferente do que alguns possam pensar, não é contra o serviço de atendimento bancário feito nas lotéricas. Muito pelo contrário. Sabemos que é um serviço essencial para a população, coisa que nunca aconteceria se os bancos contratassem mais funcionários e suprissem essa demanda no atendimento. O que nos deixa preocupados é justamente o fato da falta de um sistema que garanta a segurança dos trabalhadores das lotéricas que, por sinal, também são filiados ao SEEB. Além disso, essa segurança é automaticamente estendida, obviamente, a todas as pessoas que utilizam os serviços das casas lotéricas”, detalhou.
Cleiton acrescenta ainda que a medida baixada pelo TRT deveria servir como uma “lição” para a Caixa Econômica, que é a provedora e mantenedora das lotéricas.
“É a Caixa que responde pelas lotéricas e é ela quem tem a obrigação de dar essa segurança aos trabalhadores. O banco derrubou a liminar sob a alegação de que o fechamento e suspensão dos serviços prejudicariam diretamente a população. Concordamos com isso, mas não concordamos com a desculpa de que eles (o banco) não tiveram o tempo necessário para implementar esses sistemas de segurança nas casas lotéricas. Foram nove anos e, somente agora, com a determinação da Justiça, é que eles vêm questionar o tempo? Tempo eles tiveram de sobra, já que a ação do sindicato é de 2001. Eles conseguiram reabrir as lotéricas, mas eles vão garantir a segurança? Será que dessa vez eles vão cumprir com o que foi requerido? Tomara que sim pois, do contrário, isso vai abrir precedentes e não podemos admitir que esse clima de insegurança continue dentro das lotéricas do Estado de Rondônia”, dispara Cleiton.