O sistema de saúde municipal vai de mal a pior, pois não há médicos nem medicamentos nas policlínicas e postos de saúde. No âmbito estadual, a situação não é diferente. Enquanto isso, as autoridades do setor insistem em fazer vistas grossas para o problema.
Os profissionais da rede municipal, não apenas preocupados em defender o pão nosso de cada dia, com o suor de seus rostos, foram recentemente à Câmara Municipal pedir ajudar aos vereadores. Eles reclamam a imediata aprovação do Plano de Carreira, Cargos e Salários, cuja proposta se vem arrastando há quatro anos pelos escaninhos da administração Sobrinho.
Outro setor essencial, o da educação, está caindo pelas tabelas, como se diz na linguagem popular. Além de não haver escolas suficientes para atender a clientela, as poucas que existem estão caindo aos pedaços. Na outra ponta, de pires na mão, aparecem os profissionais, com seus salários cada vez mais aviltados.
Na esteira de dificuldades na qual patinam município e estado, a escola transformou-se no foco onde a luz fenece, na negritude das incompreensões que ultrajam os mais elevados ideais do magistério. Os governantes não estariam praticando nenhum gesto de benevolência se investissem mais na capacitação profissional e melhoria salarial desses (e de outros) importantes segmentos da máquina burocrática.
Convenhamos que um estado de coisas assim vai-se tornando insuportável para a população. Fossem os filhos ou ente queridos de certos dirigentes públicos ou mesmo dos bajuladores que os cercam, encastelados em suas torres de marfim, fazendo vistas grosas para o problema, não tendo eles os polpudos recursos dos seus subsídios e remunerações principescos, que estivessem precisando de atendimento na rede pública de saúde, sem que lhes fossem prestado, ou, então, vislumbrassem a idéia de ficar sem poder estudar por falta de escolas e professores, tal como vem acontecendo no seio de muitas famílias carentes, a situação seria diferente.
Enquanto isso, a propaganda oficial procura mostrar, com insistência cavalar, uma realidade que só existe nas mentes ensandecidas de seus idealizadores, como se a população fosse um bando de imbecis para acreditar em contos de fada.