MUDANÇA - Moradores pioneiros do Triângulo se desesperam com projeto “Igarapés do Madeira” - Confira fotos

Moradores pioneiros do Triângulo se desesperam com projeto “Igarapés do Madeira”

MUDANÇA - Moradores pioneiros do Triângulo se desesperam com projeto “Igarapés do Madeira” - Confira fotos

Foto: Divulgação

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Os moradores do Triângulo, bairro mais antigo de Porto Velho, estão vivendo uma situação de pânico e revolta com o projeto da Prefeitura intitulado “Igarapés do Madeira”, que visa uma grandiosa obra de urbanização das zonas centrais da capital onde estão localizados várias nascentes de igarapés.
 
A informação é de uma tradicional moradora do local, Aracy Silva de Souza, voluntária da Associação de Moradores do Bairro Triângulo. De acordo com ela a situação era preocupante, pois tudo começou com alguns funcionários da Prefeitura indo nas residências e fazendo um levantamento socioeconômico, informando que essas pessoas estavam dentro do projeto Igarapés do Madeira, o problema é que devido a idade avançada de muitos moradores que, em sua grande maioria, são pioneiros de Porto Velho que trabalharam na Estrada de Ferro Madeira Mamoré ou como soldados da borracha, essas pessoas entraram em estado de choque ao saber que podem sair de suas residências para ir morar em apartamentos.
 
Os Pioneiros
 
Ao chegar no bairro Triângulo tudo remete ao início de Porto Velho, desde o rio Madeira, bem ao lado, até o trilho da velha “Maria Fumaça”, da lendária Estrada de Ferro Madeira Mamoré, o trem que corta o bairro, na associação de moradores a reportagem encontrou muitas figuras emblemáticas da raiz de Porto Velho, como Carol Van Oton Denis, um simpático senhor de 72 anos de idade e pioneiro morador do bairro Triângulo, no local há 65 anos. Carol é descendente de barbadianos e trabalhou como maquinista na estrada de ferro (EFMM) e não se conforma com a situação que está passando por conta da mudança que ocorrerá.
 
“Tenho minha casa, crio minhas galinhas, aqui sempre fui feliz, minha esposa perdeu a visão há algum tempo, porém ela já conhece toda a casa, consegue ser independente, não vamos nos adaptar em apartamentos. Não saio daqui para morar em apartamentos de forma alguma”, disse Carol.
 
Francisco Ferreira Santos, um dos fundadores do bairro Triângulo, que tem 99 anos de idade e mora no local desde 1943, trabalhou na guarda territorial, é testemunha viva da história da nossa cidade.
 
“Eu ajudei a construir Porto Velho, tudo aqui tem um pouco do meu suor, agora querem me tirar da minha casa, nunca na minha vida morei em apartamento, sou acostumado com a minha vida aqui, mereço respeito por parte de nossos representantes municipais, onde está o respeito com os pioneiros?”, reclamou Francisco.
 
Esses são alguns dos personagens que encontramos no bairro Triângulo, homens e mulheres que fizeram parte da criação do município e viveram acostumados a pescar, cultivar suas plantações e viver livremente, porém agora estão sendo convidados a sair do seu local de origem para morarem em apartamentos que não correspondem a realidade dessas moradores.
 
A revolta
 
Os moradores do bairro já enviaram várias solicitações, via ofício, para o prefeito Roberto Sobrinho informando os anseios desses moradores, porém até hoje não conseguiram obtiver nenhuma resposta do gestor municipal.
 
“Levar pessoas idosas e crianças (principalmente as deficientes) para morar em apartamentos, as quais estão acostumadas a viver em família, todos juntos num ambiente amplo e arejado é o mesmo que condená-las a prisão perpétua, sem liberdade e perspectiva de vida, pois passarão o tempo todo confinado entre quatro paredes”, esse é um dos pontos colocados pelos moradores que, segundo eles, não foi respondido pelo prefeito.
 

A equipe de reportagem do RONDONIAOVIVO tentou em contato com Fernanda Kopanakis Pacheco, secretária da SEMUR (Secretaria Municipal de Regularização Fundiária), para saber mais detalhes do projeto “Igarapés do Madeira” e as mudanças que afetarão a comunidade do bairro Triângulo, porém apesar de várias tentativas não foi possível entrar em contato com a funcionária municipal.

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