Painel político (A Câmara gasta demais. E o prefeito na Terra Santa)– Alan Alex

Pergunta básica

A empresa Marquise tem um contrato no valor de R$ 6,6 milhões com a prefeitura de Porto Velho. Nesse contrato consta que a empresa é responsável pela coleta e transporte, ao destino final, de materiais sólidos, domiciliares e hospitalares. Eu gostaria de saber qual o destino final do lixo hospital de Porto Velho. Alguém aí sabe responder?

Despesas básicas

A Câmara de Vereadores de Porto Velho está gastando demais. Isso está comprovado no Diário Oficial do Município. Para se ter uma idéia, em março deste ano a Câmara pagou R$ 234 mil na compra de 89.100 litros de combustível, que eu sinceramente não entendo onde vai parar tanta gasolina; pagou R$ 30 mil a uma micro-empresa para a confecção de chaves, placas, carimbos e serviços de chaveiro. Tem que perder muita chave e fazer muito carimbo para gastar esse dinheiro todo;  pagou R$ 16 mil para a compra de uniformes para os servidores que prestam serviços de apoio ao plenário durante as sessões legislativas. Quem for a Câmara pode conferir os “modelitos” utilizados pelos servidores.

Tem mais

Com material de expediente a Câmara de Vereadores gastou quase R$ 64 mil e acreditem, torrou ainda R$ 45 mil com uma empresa de viagens e turismo sob a alegação que a mesma presta “serviço especializado para ministrar curso/capacitação”. A “capacitação” em questão seria um “treinamento em pregão, sistema de registro de preços e organização de processos”. A empresa de turismo é a Aeronorte Viagens e Turismo Ltda, que até onde eu sei e até o que se pode ler na placa da empresa vende passagens aéreas e não ministra cursos. E cá entre nós, o Sebrae bem que poderia ministrar um cursos desses por muito menos.

Expediente

Mas não pára por aí. Os R$ 65 mil de material de expediente foram pagos as empresas M. Nunes Ribeiro ME; Mult Lucro Comércio e Serviços Ltda e Vitória Informática Comércio e Serviços Ltda. Em outro processo, publicado no mesmo Diário Oficial do Município, número 3.494 em 17 de abril deste ano, na página 17, consta um outro pagamento, no valor de 79 mil a empresa Rio Madeira Comércio de Papéis Ltda, com o mesmo objeto, material de expediente. O legal é que quando você chega na Câmara, o lugar parece um deserto, expediente só nos dias de sessão. Abre o olho Ministério Público.

Tel Aviv

O prefeito de Porto Velho Roberto Eduardo Sobrinho,acompanhado da primeira dama Lucilene Peixoto foi para Israel, a Terra Santa, que fica lá do outro lado do mundo. O prefeito disse que havia prometido para ele mesmo essa visita. Disse ainda que está viajando com recursos próprios. Mas também ele queria o que, diárias para suas férias?

Enquanto isso

O padre Alejandro Guarde Ernandez, de 95 anos, que foi atropelado na semana passada em frente a sua igreja, após ter pedido, via ofício, por 5 vezes a instalação de redutores de velocidade no local, faleceu. Estive no funeral na manhã desta quarta-feira. A prefeitura não mandou sequer uma rosa em homenagem ao religioso. A morte do padre é responsabilidade da secretaria de trânsito, Fernanda Moreira, a arquiteta que não é engenheira de trânsito.

Falando nisso

A grande maioria dos acidentes que ocorrem na Capital envolvem ciclistas e motociclistas. Com os altos preços dos combustíveis e a situação caótica do trânsito, mais e mais pessoas buscam economizar e para isso compram motocicletas, que são econômicas e ágeis e isso gera um fluxo maior de veículos em cada sinaleiro e cruzamentos. Devido a velocidade e ao porte pequeno, os motociclistas são as maiores vítimas, até mesmo pela precária proteção utilizada.

Bikes

Já o número de ciclistas aumentou consideravelmente, principalmente nas vias que ligam o centro aos bairros, como Vieira Caúla, Calama, Raimundo Cantuária e Rio de Janeiro, sem contar Jatuarana, rua do 3 e ½ e outras. Mas a culpa disso é exclusivamente da prefeitura e explico. Se Porto Velho contasse com um transporte público minimamente decente, os trabalhadores não iriam pedalar feito loucos nesse sol escaldante pelo mero prazer de manter a forma. Iriam de ônibus. Ocorre que pedalar no sol faz menos calor que ficar apertado em um coletivo.

Ciclovia

Enquanto isso, a prefeitura pediu cmo contrapartida do consórcio que constói a Usina de Santo Antônio, uma ciclovia na Estrada do Santo Antônio, um local que não tem nenhuma densidade demográfica e a tal ciclovia liga o nada a lugar nenhum, tal qual era a ferrovia, quando foi construída. O dinheiro poderia ter sido aplicado em outras ações mais efetivas e úteis para uma cidade que apresenta milhares de problemas que, se houvesse um pouquinho de planejamento que fosse, poderia melhorar e muito a qualidade de vida dos moradores.

Mais trânsito

Um protesto marcou a manhã desta quarta-feira na Avenida Jatuarana, zona Sul da cidade. Os moradores dos conjuntos habitacionais Rio Verde e Rio Bonito querem a instalação de lombadas na avenida. Eles informaram que notificaram a Semtran desde 2007, assim como o Ministério Público do Estado. Nenhuma providência foi tomada e eles “apelaram”. Prometeram outro protesto, dessa vez por tempo indeterminado, caso não sejam atendidos.

Falta educação

Apesar da prefeitura ser a maior responsável pelos problemas no trânsito da Capital, muitos motoristas colaboram para piorar. Fecham cruzamentos, desrespeitam a sinalização, falam ao celular enquanto dirigem e por aí vai. Um pouco de educação não faz mal a ninguém.

Grama

Após comprar mais de R$ 3 milhões em grama de uma empresa que pertence a familiares do secretário de Serviços Básicos Jair Ramires, a prefeitura resolveu arrancar as gramas que haviam sido plantadas na praça da Estrada de Ferro Madeira Mamoré. As placas da vegetação estão sendo retiradas devido as obras que acontecem na marginal da pista que liga ao porto do Cai N´água. Certamente essa grama vai morrer e para replantar terão que  comprar mais.

Terra

Já que o assunto é plantio, vamos falar sobre a compra de terra preta. A prefeitura, em abril deste ano, pagou pouco mais de R$ 78 mil a empresa Dias e Teles Ltda pela compra de 4.200 metros cúbicos de terra preta. Os recursos são oriundos do programa Cidade Limpa. O interessante é que nos canteiros da cidade não dá para ver essa terra.

Duelo na Fronteira

Começa nesta sexta-feira em Guajará-Mirim, cidade rondoniense que faz divisa com a Bolívia, o Duelo na Fronteira, que é a apresentação dos bois-bumbás Flor do Campo e Malhadinho. A festa que acontece desde 1994, atrai centenas de turistas para o município,que economicamente não anda bem das pernas. A festa funciona nos moldes do festival de Parintins, que acontece anualmente no Amazonas.

Bois-bumbás

Os bois-bumbás Malhadinho e Flor do Campo disputam nos três dias de festival, em diversas categorias, como alegorias, música e tempo de apresentação. O Malhadinho utiliza as cores azul e branco e o Flor do Campo vermelho e branco. Assim como no Amazonas, os simpatizantes de cada boi não citam o nome do adversário e a disputa é acirrada. Para se ter uma idéia, os diretores de cada grupo visitaram Parintins para aprender novas técnicas e embelezar ainda mais a festa em Guajará.

Ao vivo

Ano passado o município de Guajará Mirim assinou um contrato com vigência de 3 anos com o Amazon Sat, que transmite o evento ao vivo via satélite. Este ano a emissora amazonense deverá utilizar uma equipe ainda maior para realizar a transmissão, que ano passado agradou a quem assistiu. A festa está tomando corpo a cada ano e pode ser uma excelente alternativa para ajudar a tirar o município da crise que vive há anos.

Serviços

Porém, o que atrapalha muito Guajará Mirim é a rede hoteleira. Os serviços são ruins, as cozinhas dos hotéis funcionam apenas para o café da manhã e a cidade tem poucas opções de restaurantes, que em sua maioria fecham muito cedo, deixando os turistas com fome. Os bares são poucos e deixam a desejar em diversos quesitos, entre eles a temperatura da cerveja. Mesmo assim, vale a pena participar da festa folclórica. Com a presença de turistas exigindo melhores serviços, pode ser que a coisa ande para a frente.

Contatos

Contatos com a coluna podem ser feitos através do e-mail alan.alex@gmail.com. Recebo, leio, se for o caso respondo. A informação sendo boa a gente checa e publica. Agradeço a todos que enviaram e enviam informações. É mostrando o que está errado que a gente vai tentando consertar.