Painel Político (E a secretária de trânsito levou um pito)– Alan Alex

Agora vai

Geraldo Henrique Ramos Guimarães. Esse é o nome do promotor de justiça responsável por aplicar um dos maiores “pitos” na secretária Municipal de Trânsito, Fernanda Moreira ontem pela manhã durante audiência no Ministério Público. A arquiteta, que não é engenheira de trânsito, não sabia o que falar. Nenhuma desculpa colava. E ela teve certeza de uma coisa: não vai para o céu. Quem disse foi ele, lembrando que foi por culpa da Semtran que o padre de 92 anos foi atropelado após pedir, por ofício, a instalação de lombadas em frente a sua paróquia, no bairro Areal. Com um padre de um lado e um promotor de outro, as chances de Fernanda subir aos céus estão cada vez mais reduzidas.

Motivos

Fernanda Moreira não sabe para onde vai na secretaria. Sua administração se resume a mudar sentido de ruas e fcou marcada ainda pela perseguição aos mototaxistas. O trânsito está caótico e o promotor queria saber porque. Ela disse que a frota cresceu 18%, que a prefeitura vai contratar 50 agentes de trânsito. O promotor disse que é pouco e se esse número não aumentar, ele vai entrar com uma medida judicial.

TAC

Geraldo Henrique assumiu a 5ª Promotoria do Patrimônio Público e da Defesa da Probidade Administrativa. Ele veio do interior e substituiu Alexandre Corbacho. E chegou na hora certa. Ele disse que vai redigir um Termo de Ajustamento de Conduta, com prazos e sanções, caso não sejam cumpridos os termos e vai encaminhar ao prefeito. Se Roberto Sobrinho se recusar a assinar, o promotor pretende recorrer a Justiça para que isso ocorra. Pelo jeito ele vai ter que recorrer. Sobrinho prefere se esconder a enfrentar os problemas. Ou então ele manda o Emerson Castro.

Reunião

A secretária bem que tentou, mas não convenceu. Ela disse que herdou o problema de administrações anteriores. Ora, a administração anterior era de Roberto Sobrinho. Nem dá para culpar terceiros. A não ser que ela estivesse se referindo ao “companheiro” Cláudio Carvalho.

Irritação

O promotor estava irritado. Não se convencia com as explicações sobre a falta de sinalização. Ele deixou claro que nenhuma multa aplicada pela prefeitura não tem validade e citou o Código Brasileiro de Trânsito, “só pode haver multa em caso de ruas e avenidas devidamente sinalizadas”, não é o que acontece em Porto Velho.

Painel

A coluna vem tratando dessa questão de falta de sinalização há tempos. Porto Velho é uma capital que não tem placas. Os motoristas que não conhecem a cidade ficam completamente perdidos, as esquinas não tem placas com nomes dos logradouros, as ruas tem sentidos confusos, em um trecho é mão dupla, depois muda para mão única e depois essa mão inverte, tudo isso sem nenhum aviso. Os redutores de velocidade (lombadas) não são sinalizados. Aliado a isso, ainda tem a tremenda falta de educação por parte de alguns motoristas que fecham cruzamentos.

Outro

Dentro da cidade circulam carretas e caminhões enormes, que além de atrapalharem o trânsito, ainda desrespeitam, devido ao tamanho, os cruzamentos. Isso sem contar os que ficam manobrando em ruas estreitas nos horários de pico, colaborando ainda mais para a caótica situação.

Solução

A prefeitura deveria proibir o tráfego de caminhões e carretas nas ruas da cidade. A Dom Pedro II, no trecho entre Tenreiro Aranha e Marechal Deodoro sempre engarrafa, devido aos caminhões que descarregam nas lojas Bemol e Eletro Seixas. As lojas deveriam mudar seus depósitos para facilitar a passagem naquele trecho.

Recursos

O consórcio que constrói as usinas vai repassar para a prefeitura R$ 3 milhões como compensação para que seja feita a sinalização da cidade. O promotor alertou, “quero ver se esse dinheiro vai sumir ou se vai ser corretamente aplicado”. Sei não hein.

Orçamento

A prefeitura havia destinado em seu orçamento a insignificante quantia de R$ 150 mil para serem aplicados no trânsito da Capital agora em 2009. Fernanda Moreira disse que esse dinheiro já foi todo gasto.

Ingerência

O prefeito diz que é psicólogo, ou pelo menos diz ser graduado. A secretária de Trânsito é arquiteta. Dá para perceber que nenhum dos dois entende patavina de trânsito. Até os flanelinhas sabem mais do que eles quando o assunto é tráfego. Deve ser por isso que a prefeitura prefere gastar milhões em reformas de praças, que não são obras emergenciais, são apenas decorativas, a resolver o problema do trânsito, que deve piorar nos próximos meses devido ao aumento de venda de veículos no fim de ano.

Caos

No segundo semestre normalmente é registrado um aumento na venda de veículos em todo o País e em Rondônia não é diferente. As concessionárias estão facilitando a compra e com o 13º salário na conta, os consumidores trocam os veículos. Imagine o tamanho da frota em 2010. Agora imagine as já complicadas ruas da Capital ano que vem. Vamos ter que pensar seriamente em começar a fazer rodízio, como em São Paulo.

Falta educação

A prefeitura é a grande responsável pelo caos, mas os motoristas também têm sua parcela de culpa. Ser educado no trânsito não custa e muitas vezes evita tragédias e dissabores. Porto Velho ainda é uma cidade onde quem trabalha pode ir almoçar em casa e para que continue assim, tem que haver bom senso por parte de quem dirige. Se for para xingar alguém, xingue o prefeito. O motorista da frente não tem culpa do péssimo asfalto nem da sinalização que não existe.

Campanhas

A prefeitura, ao invés de gastar milhares de reais mostrando o que não fez, deveria criar campanhas educativas de trânsito, fazer um convênio com a Polícia Militar, criar a guarda municipal, zonas de estacionamento, parceria com o comércio para a implantação de placas informativas, enfim, buscar soluções efetivas para o trânsito e não ficar iludindo o povo com conversa mole. E se você acha o trânsito na região central complicado, é porque você não anda pelas demais regiões da cidade. Aí o bicho pega.

Flanelinhas

Outro problema que está dando nos nervos é os flanelinhas, aqueles “guardadores de carros”. Porto Velho não registra roubo de carros há meses e mesmo assim, diariamente os motoristas são extorquidos por guardadores de carro. Basta estacionar, em qualquer ponto da região central para ser abordado. Alguns chegam ao cúmulo de andar com um crachá informando que cobram R$ 5. O mínimo que a prefeitura poderia fazer era cadastrar e padronizar esses guardadores com camisetas e tabelar os valores. Isso evitaria uma série de problemas.

Curioso

A secretária Fernanda Moreira chegou ao Ministério Público acompanhada apenas de uma assessora. A prefeitura não mandou ninguém da assessoria de imprensa para acompanhar a reunião. Nem mesmo a equipe da TV Allamanda, cuja maioria da redação é composta por comissionados da prefeitura. A reunião no MP só foi divulgada porque o próprio Ministério publicou e enviou um release às redações.

Custos

Uma inserção de 30 segundos no programa Câmera 11 da TV Candelária custa, de acordo com a tabela deles, R$ 1 mil. Portanto, 3 minutos custa R$ 6 mil. No Jornal da Record custa R$ 1.250, 3 minutos então custa R$ 7.500. Ainda não contei quantas inserções a prefeitura tem feito na TV Candelária, se alguém estiver disposto, vamos fazer as contas juntos.

Parceria

O PMDB pode caminhar com o grupo de Ivo Cassol nas eleições 2010. Se isso acontecer, o PT vai ficar isolado. Algumas costuras estão sendo feitas nesse sentido. É esperar.