CASO DE MENINGITE – Pai passa via crucis para tentar diagnosticar filha e mães denunciam estado de penúria na ala de Pediatria do HB

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Da Redação

24 de Julho de 2009 às 16:02

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CASO DE MENINGITE – Pai passa via crucis para tentar diagnosticar filha e mães denunciam estado de penúria na ala de Pediatria do HB

Foto: Divulgação

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Os pais da criança de três anos, que até quinta-feira (23) era suspeita de ter contraído meningite - moradores do bairro Esperança da Comunidade, zona Leste de Porto Velho -, na manhã desta sexta-feira (24) receberam a confirmação que a menina está realmente com a doença, pois o CEMETRON (Centro de Medicina Tropical do Estado de Rondônia) comunicou por meio da médica de pré-nome Estela, do Centro de Pediatria, que a criança está com o vírus, mas não especificou qual o tipo e não mostrou o laudo médico para os pais responsáveis.

VIA CRUCIS

A reportagem entrou em contato com o pai da criança, Rolande Mendes Sales, e revelou a sua via crucis na busca do diagnóstico e da cura da doença que teve início na última quarta-feira (22), quando ele e sua mulher suspeitaram de uma doença grave, pois - segundo ele - no mesmo dia foram para o Hospital Infantil Cosme e Damião (HICD) onde a menina foi examinada e liberada em seguida pelo médico de plantão, Robson Machado, registrado no Conselho Regional de Medicina de Rondônia, com o n°1188.

Já passava da 00h00 da quinta-feira (23), a família voltou para a casa e os sintomas na criança só aumentavam de hora em hora, porém as 06h00 do mesmo dia, os pais, desesperados, levaram a filha para o CEMETRON, onde uma vez lá foram informados em primeira mão que deveriam ir até o Hospital Infantil Cosme e Damião. No mesmo momento Rolande Mendes, exigiu que sua filha fosse examinada por uma equipe competente, pois não voltaria para o Cosme e Damião, onde a menina foi diagnosticada de forma equivocada, segundo o pai.

Após o relato de Rolande, os médicos do CEMETRON acolheram a criança e fizeram uma bateria de exames e ao meio dia de quinta-feira o casal e a criança foram encaminhados para a UTI de Pediatria do Hospital de Base de Rondônia, onde permaneceram por mais de 24 horas.

“ALERGIA”

A reportagem do Rondoniaovivo.com foi até a UTI de Pediatria do HB na manhã desta sexta-feira (24) e em contato com a chefe e encarregada de diagnósticos das crianças, Fátima Sankari, foi informada que a filha do casal Rolande Mendes Sales e de Rosana Mendes da Silva, não tinha Meningite, pois, segundo ela, o diagnóstico apresentou apenas uma alergia de pele e uma infecção nos ouvidos.

Porém ao pedir para ter acesso ao laudo médico que comprovava que a criança tinha apenas “alergia”, uma mulher, identificada como Rafaela de Souza Vicente (foto ao lado), mãe de uma paciente da pediatria, que estava em estado de choque, interrompeu a entrevista, pois sua filha está há mais de 17 dias na UTI do HB esperando o diagnóstico para uma grave doença de coração, mas foi surpreendida no momento em que pegou o laudo médico do hospital, pois o nome da filha estava escrito errado e como ela poderia saber se aquele exame era realmente de sua filha e não de outra pessoa? E qual seria a cura para a doença?

Rafaela Vicente começou a chorar e pedir ajuda, momento em que a médica deixou a reportagem de lado, não apresentou o laudo do caso da Meningite e foi arrumar o erro nominal do outro laudo.

COBAIAS HUMANAS

Segundo Rafaela as crianças da Pediatria II do Hospital de Base estão servindo de cobaias para estagiários de medicina e médicos recém formados, que não possuem experiência. Na ALA da pediatria a reportagem do Rondoniaovivo.com constatou o abandono, pois no local não foi encontrado nenhum enfermeiro ou médico responsável fiscalizando, examinando ou trabalhando no setor.

De acordo com a mãe de outro paciente da mesma ALA, Sandra Silva Soares (foto ao lado), que tinha um filho doente, ela passou mais de três semanas no desespero, provocado, principalmente, pela inaptidão no atendimento as crianças enfermas no setor. Porém, após esse período ela disse que recorreu ao Ministério Público de Rondônia, onde informou que o seu caso está quase sendo resolvido, no caso, a denúncia que fez à Promotoria de Saúde.

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