Começa a Conferência de Educação Indígena em Rondônia
Foto: Divulgação
Receba todas as notícias gratuitamente no WhatsApp do Rondoniaovivo.com.
Propostas dos indígenas do estado serão levadas à Conferência Nacional
Começou na noite de ontem,
Durante a abertura da conferência, a procuradora da República Lucyana M. Pepe de Luca informou que a defesa dos direitos indígenas foi ampliada em Rondônia. “O procurador Daniel Fontenele, da unidade do MPF em Ji-Paraná e que está presente nesta conferência, passará a atuar também nas questões dos povos indígenas do estado”, anunciou. Em seguida, a procuradora pediu apoio da Secretaria Estadual de Educação (Seduc) ao projeto de lei que está sendo elaborado pelo Ministério Público Federal em Rondônia (MPF/RO), diversos órgãos públicos, professores indígenas de várias etnias e ONGs indigenistas.
O projeto prevê realização de concurso público específico para professores indígenas e de uma carreira pública. Entre as diferenças do Magistério Indígena está o ensino bilíngue (línguas portuguesa e indígena), além da transmissão dos costumes e da cultura indígena específica de cada comunidade. Caso o
projeto de lei seja aprovado, os professores indígenas terão salários e garantias iguais aos dos professores estaduais não-índios. A situação atual deles é de salários inferiores, contratos em cargo comissionado - sem estabilidade e sem ascensão funcional.
O indígena Gersem Baniwa, representante do Ministério da Educação (MEC) na conferência, disse que carreiras específicas de Magistério são iniciativas importantes para a educação escolar indígena. Ele acrescentou que o MPF tem sido um parceiro importante na defesa dos índios em todo o país.
Conferência Nacional
Baniwa informou que as conferências regionais, como a de Ouro Preto D’Oeste, vão subsidiar a formulação de um novo marco legal que será de feito na Conferência Nacional. Segundo ele, o resultado final será a criação de um sistema operacional para que a educação escolar indígena seja feita adequadamente em todos os níveis – federal, estadual e municipal.
O indígena Josias Gavião, presidente do Núcleo de Educação Escolar Indígena de Rondônia (Neiro), destacou que “hoje as coisas não vêm mais de cima para baixo e há como nós, índios, propormos políticas públicas”.
Recursos não faltam
O representante do MEC, Gersem Baniwa, disse que recursos para a educação indígena não faltam. “O grande problema que temos hoje é a falta de projetos para aplicar o dinheiro público. Além dos valores da merenda escolar e do Fundeb, tivemos um suplemento de R$ 120 milhões para o Brasil todo. Cada estado estabeleceu o valor que pretendia usar. Este suplemento foi disponibilizado em um plano trienal que começou em 2007 e termina neste ano. No começo de 2010, os valores não gastos terão que ser devolvidos”, falou.
O representante da Seduc, José Carlos Paim, informou que Rondônia recebeu deste suplemento o total de R$ 6 milhões para aplicar em educação indígena e gastou até o momento cerca de R$ 2 milhões. “O restante será usado paulatinamente em diversas ações”, afirmou.
Segundo Gersem Baniwa, a ausência de projetos se reflete em todos os estados e em Rondônia isto não é diferente. Ele lembrou que os recursos disponibilizados pelo MEC podem ser usados também para a capacitação de gestores públicos, dentre outras necessidades.
A política de comentários em notícias do site da Rondoniaovivo.com valoriza os assinantes do jornal, que podem fazer comentários sobre todos os temas em todos os links.
Caso você já seja nosso assinante Clique aqui para fazer o login, para que você possa comentar em qualquer conteúdo. Se ainda não é nosso assinante Clique aqui e faça sua assinatura agora!
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!