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Ato público foi realizado nesta manhã de sexta-feira no complexo da EFMM.
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Em comemoração aos 78 anos do repasse da administração estrangeira para a brasileira da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, a AMMA (Associação dos Amigos da Estrada de Ferro Madeira Mamoré) realizou na manhã desta sexta-feira (10), em companhia de soldados da borracha e moradores da vila ferroviária, um ato público em frente da inacabada obra de revitalização da E.F.M.M., assunto este levantado em forma de protesto pela sociedade civil que participou do ato, pois para eles o que está acontecendo é uma “intervenção criminosa” por parte da Prefeitura de Porto Velho, com a conveniência da GRPU (Gerência Regional do Patrimônio da União) e do IPHAN (Instituto Instituto de Preservação do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
Com bandeiras de vários países, simbolizando a nacionalidade de cada homem que trabalhou na Estrada de Ferro Madeira Mamoré, o ato público teve o objetivo de sensibilizar a sociedade rondoniense sobre o descaso que assola um dos maiores patrimônios históricos do Brasil, que na gestão do atual prefeito, Roberto Sobrinho, está abandonado e mal administrado.
O presidente do IAB-RO (Instituto Brasileiro de Arquitetos do Departamento de Rondônia), Luiz Leite de Oliveira, participou do ato e disse: “Estamos fazendo o que a sociedade rondoniense quer, ou seja, lutar e protestar de forma inteligente e justa, pois vivemos em uma cidade riquíssima de cultura”, falou o arquiteto.
A AMMA, com base em farta documentação, vem investigando e acompanhando de perto o caso da obra inacabada da E.F.M.M., pois para os membros da entidade toda a área do complexo da estrada é um vasto sitio arqueológico e o trabalho no local deve ser minucioso, feito com planejamento e seguindo com critério rigoroso um protocolo de pesquisa e restauração.
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José Silva, soldado da borracha, triste ao ver a situação do complexo.
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O soldado da borracha José Silva disse que é muito triste todos os dias passar pelo complexo da E.F.M.M. e ver que as tentativas de revitalização não passam de “projetos fracassados” e ressaltou: “Parece que os espíritos desses homens que aqui morreram não aceitam injustiças e se as autoridades continuarem com pensamentos egoístas, tudo vai desaparecer”.
O ato terminou no final desta manhã de sexta-feira (10) com direito a bolo e salgados para comemorarem, em tom irônico, o que vem acontecendo com o maior patrimônio que Rondônia possui.
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