A vereadora Ellis Regina (PC do B) voltou a mirar sua metralhadora giratória na direção do palácio Tancredo Neves. Dessa vez, para criticar a criação de mais quarenta e dois cargos comissionados na estrutura da Secretaria Municipal de Regularização Fundiária e Habitação (SEMUR). Os petardos foram disparados da tribuna da Câmara Municipal, durante sessão plenária desta segunda-feira.
"Chega a ser até dificil encontrar adjetivos ou substantivos para qualificar a atitude do prefeito Roberto Sobrinho (PT). Ora ele resolve, por decreto, cortar horas extras de servidores, sob a esfarrapada desculpa de contenção de despesas, ora manda um projeto de lei criando uma penca de cargos comissionados e funções de confiança na estrutura de uma secretaria que já tem vinte e cinco cargos. Isso é um absurdo, uma falta de respeito para com a população e, principalmente, servidores municipais, cujos salários estão absurdamente defasados", desabafou a parlamentar.
Invocando o Regimento Interno, que assegura ao vereador pedir vistas de qualquer proposição, por um prazo máximo de três dias úteis, para analisar o projeto e, se for o caso, apresentar emendas, Ellis até que se esforçou para impedir que a proposta fosse incluida na Ordem do Dia, em Regime de Urgência, como solicitara o prefeito, em mensagem enviada à Casa, mas acabou sendo atropelada pela tropa de choque de Sobrinho. Até o presidente da Casa, vereador José Hermínio Coelho, outrora crítico ferrenho do excesso de cargos comissionados, não resistiu à tentação e acabou cedendo às pressões de seus companheiros.