Carros roubados no Brasil vão parar na Bolívia
Foto: Divulgação
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A reportagem do "Fantástico" percorreu a região para investigar esse mercado ilegal e esclareceu um crime: o veículo com placa do Maranhão foi roubado em 2007. O fato de estar na Bolívia surpreendeu o dono, que foi localizado
"A gente tem notado muito a incidência de veículos chamados vulgarmente por finam", diz o delegado Mario Aravechia de Resende.
Clandestinidade
"Eles (bandidos) entram numa fazenda, quebram o cadeado e passam com os carros. Na segunda vez, se houver outro cadeado no lugar, eles quebram, param na sede e ameaçam. Tem fazendeiros aqui que não colaboram com a polícia pelo medo", diz o investigador Gerson Rodrigues. No mês passado, numa fazenda
A violência das quadrilhas que trocam carros por drogas assusta este brasileiro. Ele tenta recuperar um caminhão roubado
No dia seguinte, dois homens foram presos. Eles são brasileiros e um deles já tem condenação por tráfico internacional de drogas. Detalhe: o carro usado para perseguir a vítima na Bolívia está em nome de uma terceira pessoa e tem parcelas atrasadas do financiamento. Ou seja, é um automóvel finam. "Eu aconselho as pessoas a não fornecerem cópias de seus documentos, não adquirirem veículos no nome de terceiros, já sabendo que futuramente pode ser responsabilizado até criminalmente por essa prática", diz Rogers Elizandro Jarbas.
Para impedir a passagem de drogas e de carros roubados e financiados irregularmente, agentes federais explodiram recentemente sete estradas clandestinas. Mas a reportagem do "Fantástico" constatou que um dos acessos já foi reconstruído. "Apesar de todos os esforços no sentido de se combater esse tipo de delito, infelizmente ainda não é possível extirpá-lo", diz o delegado.
Nome falso
Há um pátio lotado de veículos apreendidos em Cáceres. "A grande maioria, 38, são decorrentes de golpe do financiamento", diz o delegado Rogers Elizandro Jarbas . "Temos carros de golpe do finan do Rio de Janeiro, de Minas Gerais, de Rondônia". Um deles é de São Paulo e está em nome de Ali Kari Bariri. A reportagem foi ao endereço indicado no documento, na zona leste da capital. Vizinhos dizem nunca ter visto o carro nem o suposto dono. "Quando é, realmente, um golpe do finam, ou é nome de laranja ou é endereço falso", afirma o sargento Mauro Benedito, da Polícia Militar.Placa de outro veículo apreendido é de Santos, São Paulo. Também está com prestações atrasadas e ia para a Bolívia. No endereço da documentação, a surpresa: há um carro quase idêntico, que tem até a mesma placa.
Segundo a polícia, o veículo apreendido é um clone, um dublê. A investigação mostra que esse carro foi roubado, recebeu placa falsa, com os dados do veiculo legalizado e foi financiado de forma fraudulenta, em nome do morador de Santos. A suspeita é que o carro irregular e com parcelas atrasadas - seria trocado por droga boliviana. "Posso parar num comando, ter o carro apreendido, sem dever nada", diz o vendedor Valentim Micheloto, dono do carro .
"Veículos que são adquiridos através de financiamentos fraudulentos também têm servido como moeda de troca na Bolívia, a troco de entorpecente", Mario Aravechia de Resende.
"Indignação, pura indignação. Você paga certinho e os espertos que levam a boa em cima", diz o vendedor.
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