Gripe suína e sua origem

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Gripe suína e sua origem

Foto: Divulgação

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O médico infectologista Stefan Cunha Ujvari explica a história da gripe e a preocupação com a sua mais nova mutação: a gripe suína

Todos os anos o vírus da gripe, influenza, circula pelo planeta. Ora dissemina-se pelo hemisfério Norte, ora pelo Sul. Os períodos do inverno favorecem sua disseminação. Chega ao Brasil em meados do ano.

O influenza sofre pequenas mutações que o torna novamente infectante no ano seguinte. Nosso sistema de defesa não reconhece o novo vírus mutante e, novamente, adoecemos pela gripe. Por isso, a vacina da gripe deve ser administrada todos os anos para as pessoas susceptíveis à forma grave da gripe.

 

Além desses casos de gripe anuais, o homem é surpreendido por epidemias mais violentas que se disseminam para outros países e continentes, com agressividade e mortalidade maior. São as pandemias.

A receita dessas pandemias está na formação de um novo vírus influenza diferente dos anteriores que o homem está habituado. Nesse caso, entram em cena outros animais. Uma das maneiras de surgir vírus novo ao homem é através do porco. Os vírus das aves e dos humanos podem infectar os suínos que por sua vez apresentam seus próprios vírus. Nos porcos pode ocorrer a mistura do material genético de vírus e formação de vírus influenza desconhecido ao homem.

 

O Brasil foi atingido pela pandemia de 1889. O vírus surgiu provavelmente no sul da Rússia e alastrou-se pela Europa. Suspeita-se que embarcação proveniente de Hamburgo trouxe doentes para Salvador. O influenza caminhou pelas cidades do nosso litoral.

Em 1918 surgiu a famosa “epidemia espanhola”. Não se sabe ao certo o local de origem do vírus dessa pandemia. Talvez seja nos Estados Unidos da América ou China. A doença espalhou-se pelo planeta e atingiu todos os continentes, exceto a Antártica. Matou mais de vinte milhões de pessoas. Foi causada pelo tipo H1N1.

Em 1957 os cientistas reconheceram a segunda pandemia do século XX. Originou-se na China pelo vírus H2N2 e matou mais de um milhão de pessoas. Esse influenza foi formado pela mistura de fragmentos genéticos de vírus humano e das aves.

A terceira pandemia veio em 1968 pelo influenza H3N2. Novamente foi o sudeste asiático que forneceu a pandemia que matou cerca de 700 mil pessoas.

 

O mundo voltou os olhos para a Ásia desde 2003. A epidemia aviária causada pelo influenza H5N1 acometia o homem. Casos humanos mostravam a capacidade desse vírus das aves infectar humanos e, aguardávamos uma mutação que fizesse o vírus ser transmitido de homem para homem pela tosse e espirro. Dessa forma nasceria a pandemia. Porém, de maneira surpreendente o México transformou-se no protagonista atual das preocupações. Surge o influenza nesse país, se alastra pela população local, é levado para os EUA e Canadá, atinge outro continente pela Espanha.

 

A Organização Mundial da Saúde se agita em controlar e estudar a estrutura e comportamento desse novo vírus. O sucesso de suas medidas definirá se estamos vivendo o início da primeira pandemia do século XXI. 

Stefan Cunha Ujvari é autor do livro A história da humanidade contada pelos vírus (Ed. Contexto). É médico infectologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz – São Paulo. Mestre em doenças infecciosas e especialista em doenças infecciosas e parasitárias pela Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) foi professor da disciplina de Emergência Médica na mesma universidade.

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