A Liga dos Camponeses Pobres (LCP), grupo de agricultores sem terra que atua em diversas regiões do país, nega que tenha se associado com madeireiros para explorar florestas em Rondônia.
A suspeita contra o grupo foi mencionada na última segunda-feira (16) em reportagem do jornal "Folha de S.Paulo", segundo o qual a LCP é investigada pela Polícia Federal por suposta ligação com exploradores de madeira.
De acordo com a reportagem da "Folha", um relatório da PF indica que os sem-terra estariam fazendo parcerias com madeireiros da região de Buritis, Nova Mamoré e Campo Novo de Rondônia. Eles invadiriam florestas de fazendas produtivas e depois permitiriam a entrada dos desmatadores, dividindo o lucro da madeira.
Em nota divulgada nesta terça-feira, o grupo de sem-terra nega qualquer envolvimento com o corte ilegal de madeira. “Não possuímos grupo armado e não temos nenhum tipo de aliança com madeireiros”, diz trecho do comunicado da LCP.
O grupo também nega que seja uma dissidência radical do MST, como afirma a reportagem: “Todo mundo em Rondônia sabe que a LCP surgiu da histórica resistência dos camponeses de Corumbiara na tomada da fazenda Santa Elina, em agosto de 1995.”
A tomada da fazenda, citada pela LCP, culminou no chamado “massacre de Corumbiara”, quando foram mortos nove sem-terra e dois policiais em uma ação de reintegração de posse.