Mulheres têm mais problemas de visão, diz estudo

Mulheres têm mais problemas de visão, diz estudo

Mulheres têm mais problemas de visão, diz estudo

Foto: Divulgação

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Flutuações hormonais, mudanças de hábito, aumento de radicais livres, hipertensão e diabetes fazem com que problemas visuais sejam em média 50% maiores entre mulheres.
 
A mulher brasileira está em metamorfose, já responde por mais de 40% dos postos de trabalho e tem uma sobrevida maior que o homem segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).  Estas conquistas, porém, vieram acompanhadas do crescimento de algumas doenças como diabetes e hipertensão e fizeram crescer problemas na visão, conforme demonstra estudo inédito feito em Campinas pelo oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto. 
O estudo realizado durante 8 meses com 960 pacientes, sendo 540 mulheres e 420 homens com idade entre 23 e 65 anos demonstra que na população feminina os problemas visuais não relacionados à presbiopia e aos erros refrativos (miopia, astigmatismo e hipermetropia) são 50% maiores do que entre homens.
De acordo com Queiroz Neto, os fatores que mais contribuem para esta incidência são as flutuações hormonais, mudanças de hábito como o aumento do uso de computadores e lentes de contato, maior desgaste devido a dupla jornada de trabalho, além da crescente ocorrência de hipertensão e de diabetes entre mulheres.  Nosso organismo é um sistema que funciona em conjunto e a maioria das mulheres não se dão conta de que os hormônios sexuais femininos e sua reposição na pós-menopausa influem na saúde visual, ressalta.
ANATOMIA, HORMÔNIOS E VAIDADE SÃO OS VILÕES DA MEIA IDADE
Ele afirma que na mulher a câmara anterior dos olhos tem menor profundidade e as flutuações hormonais relacionadas ao ciclo menstrual têm uma relação direta com a produção da lágrima. O estudo identificou 19 pacientes portadores de glaucoma,  sendo 11 mulheres contra 8 homens, o que significa uma incidência 30% maior na população feminina.  A maior prevalência do glaucoma entre mulheres, afirma, pode estar está relacionada ao aumento da pressão intra-ocular induzida pelos hormônios sexuais e pela menor profundidade da câmara anterior. Queiroz Neto ressalta, porém, que é comum mulheres jovens apresentarem alteração no campo visual devido às mudanças hormonais, mas não serem portadores do glaucoma, doença assintomática que responde por 13% da  cegueira mundial.  Metade dos portadores não sabe que tem glaucoma e por isso a maioria das pessoas chegam à consulta quando a visão está irremediavelmente comprometida, alerta.  A recomendação do especialista para mulheres com mais de 40 anos, descendentes de negros, quem já sofreu ferimentos oculares graves, faz tratamento com corticóides, tem familiares glaucomatosos, portadores de diabetes ou hipertensão é fazer uma consulta oftalmológica anual por precaução.
O aumento do uso diário de computador por mais de duas horas ininterruptas, fez com que a maioria dos pacientes que participaram do estudo sentisse desconforto visual, afirma. Porém, a síndrome visual do computador (CVS) progrediu para síndrome do olho seco na proporção de dois homens para cada três mulheres, especialmente entre aquelas em período de pós-menopausa. Isso porque, ressalta, a queda na produção dos estrógenos reduz a produção da lágrima que tem a função de lubrificar e proteger a córnea.  Em fase inicial, observa, o tratamento é simples, pode ser feito com lágrima artificial, além de dieta rica em vitaminas A e D.
A maior preocupação com a estética pela mulher contemporânea aumenta em 20% ao ano  o índice de pessoas que usam lentes de contato no Brasil e hoje o país já soma cerca de 2 milhões de usuários segundo a SOBLEC (Sociedade Brasileira de Lentes de Contato, Córnea e Refrativa), com predominância da população feminina.
Dos 960 pacientes estudados, 288 (35%) com idade entre 23 e 50 anos usavam lentes de contato, sendo 187 (65%) mulheres. Entre as usuárias 142 (76%) tiveram edema e neovasos na córnea causados pelo uso prolongado, contra 38% do universo masculino. Queiroz Neto explica que a população masculina apresenta menos problemas com as lentes de contato porque desiste de usar, além não se incomodar em colocar óculos para descansar os olhos. Os edemas e neovasos decorrentes do uso além do recomendado são reflexos da má oxigenação da córnea. Como a córnea precisa de oxigênio, explica, lança mão primeiro do edema que é um inchaço por  excesso de água, para depois buscar oxigênio no sangue, formando-se assim, neovasos na periferia próxima ao limbo. Entre as usuárias mais jovens o estudo levantou 14 casos de contaminação corneana causada por má higiene, sendo 3 casos por acantameba, parasita de difícil diagnóstico que muitas vezes leva à perda da visão.
ALIMENTAÇÃO REDUZ RISCOS NA TERCEIRA IDADE
Dos 960 pacientes, 384 tinham idade entre 55 e 65 anos, sendo 194 mulheres e 190 homens.  A catarata teve uma prevalência de 18% neste grupo, atingindo 69 pacientes, com incidência 25% maior entre mulheres, totalizando 38 casos contra 31 homens. Para Queiroz Neto a maior prevalência da catarata entre mulheres pode estar relacionada à dupla jornada de trabalho, aumento dos radicais livres e envelhecimento precoce  que atinge os olhos.
 Nesta mesma faixa etária, 21% do grupo e 8,4% do universo total, ou seja, 81 pacientes eram portadores de diabetes. A doença apresentou incidência 53% maior no grupo de mulheres totalizando 49 casos contra 32 na população masculina. Além disso, a hipertensão arterial que compromete a microcirculação sanguínea dos olhos acometeu 20% dos pacientes com idade entre 55 e 65 anos, sendo que a ocorrência foi 40% maior entre mulheres, totalizando 112 casos contra 80 homens.
Queiroz Neto afirma que os portadores de hipertensão arterial e diabetes apresentaram oclusões vasculares retinianas, neuropatia óptica isquêmica, retinopatia diabética, degeneração macular relacionada à idade e um caso de adenoma hipofisário. Geralmente, a longo prazo, estas doenças degenerativas levam à visão subnormal ou à cegueira. Estão relacionadas a fatores hereditários, alimentação inadequada, sedentarismo e stress.
Para proteger a saúde ocular recomenda praticar exercícios, evitar alimentos doces e gordurosos, fazer uma dieta rica em Selênio, Zinco e carotenóides, especialmente a Luteína, vitaminas C, D, e A.
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