Quando afirmei, semana passada, neste mesmo espaço de jornal, que não vejo a menor possibilidade de a senadora Fátima Cleide, do PT, ser reconduzida ao Senado da República, em 2011, nem emplacar o governo do Estado, houve quem se abespinhasse, saísse do ponto e partisse em tropelia contra o autor da coluna, com insinuações capciosas.
A acefalia correu solta. Disseram, por exemplo, que eu tenho alguma coisa de pessoal contra a senadora. Não é verdade. Depois, que eu a critico simplesmente para tentar conseguir um emprego em seu gabinete. Também não é verdade. Houve, ainda, quem condicionasse a profissão de jornalista (a cuja categoria não pertenço), como supedâneo para o exercício da livre manifestação de pensamento, a que todos têm direito. E por aí afora.
Uma pesquisa de intenções de voto, recentemente realizada pelo Instituto Phoenix e divulgada pelo jornal eletrônico O OBSERVADOR, entre os possíveis candidatos ao Senado, reforçou o que eu dissera e, de quebra, revelou aquilo que muita gente já sabia, mas que somente o petismo insiste em não admitir, ou seja, as duas vagas, para representar o Estado de Rondônia, a partir de janeiro de 2011, já têm dono: uma é do governador Ivo Cassol e, a outra, continuará sendo ocupada pelo senador Valdir Raupp. De acordo com a sondagem, ambos aparecem na dianteira, tecnicamente empatados.
Na seqüência, vem o prefeito de Ouro Preto, Alex Testoni, seguido do empresário Acir Gurgacz. A senadora Cleide aparece em quinto lugar, como menos de seis pontos percentuais. Se a eleição para o Senado fosse hoje, a petista seria carta fora do baralho eleitoral, segundo a pesquisa da Phoenix.
Quer queira, quer não queira, Cassol e Raupp são dois expoentes da política rondoniense. E marcam baliza por onde deverá passar a sucessão estadual de 2010, ao lado da deputada federal Marinha Raupp, do prefeito de Ariquemes, Confúcio Moura, e do senador Expedito Junior (que, apesar dos incontáveis problemas judiciais que o atormentam, tem papel de relevo no tabuleiro eleitoral).
Negar essa obviedade, contudo, seria o mesmo que tentar tapar o sol com uma peneira. Mas o petismo teima em remar contra todas as evidências.
Vê-se, pois, que a senadora Cleide terá que percorrer um caminho espinhoso, cheio de obstáculos, quase instransponíveis, se, realmente, deseja alcançar seus propósitos de permanecer, na capital federal, por mais oito anos.
O aconselhável, porém, seria Cleide tentar uma vaga para a Assembléia Legislativa, uma vez que os números para o governo do estado também não lhe são nada animadores. A briga vai ficar mesmo centralizada entre Expedito e Marinha (ou Confúcio).