Cruzada Moralizadora - Por Valdemir Caldas

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Foto: Divulgação

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A Justiça tarda, mas não falha. É assim que se manifesta a sabedoria popular, ao revelar a esperança de que, por mais atrasada que esteja à Justiça, há de repor verdades transitoriamente sepultadas.

As recentes decisões dos tribunais rondonienses (eleitoral e de justiça), além do Ministério Público, servem como prova de que essas (e outras) instituições estão em pleno funcionamento e não se intimidam diante dos que se julgam poderosos.

Lamentavelmente, o mesmo não se pode dizer da Assembléia Legislativa de Rondônia, desde há muito vivendo um processo de acefalia, que a coloca como um dos organismos mais desacreditados do Estado, em conseqüência de um sem-número de aberrações, fartamente divulgado, principalmente, pela mídia eletrônica.

Apesar da demora com que algumas decisões são prolatadas, cumpre destacar a disposição dos órgãos judicantes em pôr fim a práticas delituosas que enxovalham a vida política e a administração pública.

Há pouco, a população tomou conhecimento de que o Ministério Público apresentou denúncia ao Poder Judiciário, por improbidade administrativa, contra assessores de primeiro escalão da administração Roberto Sobrinho.

Segundo o MP, a denúncia refere-se à ocupação ilegal de uma área da municipalidade, por parte de um empresário, com o beneplácito de autoridades municipais - dois secretários e o procurador-geral do município.

Não é à toa que o serviço público vem caindo em desgraça no conceito social, graças a artifícios que só encontram explicações na irresponsabilidade de pessoas que entendem ser o patrimônio coletivo uma parte expressiva dos seus bens pessoais. Por isso, podem fazer dele o que lhes convier.

Acredita-se que o prefeito já deva ter tomado a correta decisão de afastar os acusados, até que se estabeleça a verdade. Depois, se ficar comprovado que houve erro por parte do Ministério Público, retornariam eles aos seus postos de mando. É possível que o MP tenha errado. E por que não? Afinal, perfeito, mesmo, só Deus. Entretanto, as evidências revelam o contrário.

Infelizmente, a imoralidade na vida político-administrativa atingiu tal proporção que, ao contrário de antigamente, quando se procurava separar o joio do trigo, para não se cometer injustiças, hoje, fica a dúvida se há trigo dentro de tanto joio.

Nesse aspecto, pode parecer prolixo, mas é preciso reconhecer a ação do Ministério Público de Rondônia, sempre de vigilância e prontidão, para refutar e repudiar, com todas as forças, os golpes solertes praticados contra os recursos e o patrimônio públicos.

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