A falta de interesse de médicos especialistas e de um hospital da capital impossibilitou a realização, em Rondônia, de cirurgias de transplantes de rim.
A decisão aconteceu depois de uma reunião com representantes do governo estadual. No encontro, que aconteceu na última semana, foi discutida a implantação do serviço, através da rede privada credenciada. O serviço de transplante renal é uma antiga luta do governo estadual.
As cirurgias seriam realizadas por médicos nefrologistas e urologistas, no Hospital das Clínicas. Durante o encontro o Estado apresentou, aos interessados, a necessidade do serviço em Rondônia e o valor pago pelo SUS.
O Estado também se comprometeu em fornecer passagens aéreas para o treinamento da equipe em São Paulo.
Os representantes do hospital e dos especialistas alegaram que o valor pago pelo governo federal é insuficiente.
Na reunião, o hospital das Clínicas entregou o oficio nº060/2007 contendo pontos, para a realização dos transplantes. Eles querem uma complementação de R$ 7.000 para cobertura dos custos hospitalares.
Outro ponto é o pagamento, além do tabela cirúrgica prevista pelo SUS, de diárias adicionais em casos de complicações pós-transplantes. O oficio ainda informa que o hospital, só poderá realizar as cirurgias a partir de julho de 2009, pois a unidade passará por ampliações e reformas.
O representante dos médicos também entregou um documento alegando dificuldades, em formar uma equipe de especialista, em função da baixa remuneração.
O documento ainda informa que eles não participariam mais do projeto. Diante da situação, o Estado foi buscar informações, nas maiores e mais estruturadas coordenações de notificação, captação e doação de órgãos do País.
Foram consultadas as centrais de São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Pernambuco. O objetivo da consulta foi saber se os Estados fazem algum tipo de complementação, na tabela do SUS. O que não ocorre.
Todos realizados com os valores pagos pelo SUS - “Fui informada que todos os hospitais, públicos e credenciados, não recebem nem um tipo de complementação financeira. As cirurgias e o pré e pós-operatórios são todos realizados com os valores pagos pelo SUS. Os médicos também não recebem nenhum adicional”, disse Inês Motta, gerente da Coordenadoria Estadual de Transplantes (CET).
O governo de Rondônia busca a concretização do serviço há mais de um ano. Através da CET foram feitas, diversas reuniões e levantamentos técnicos. Foram realizadas ainda vistorias do Ministério da Saúde (MS).
O coordenador do Sistema Nacional de Transplantes participou, na Assembléia Legislativa do Estado, de uma reunião que debateu o problema. “Infelizmente não podemos oferecer ainda esse serviço, mas não iremos desistir do objetivo, queremos a evolução e a especialização das nossas atividades. Com essa determinação já estamos fazendo transplantes de córnea em regime de urgência”, afirmou Inês Motta.