O desabafo de um cidadão paciente - Por Osmar Siena

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Foto: Divulgação

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Sou cidadão paciente. Moro no mesmo bairro e na mesma casa desde 1986. Estou, como muitos outros, há a mais de 22 anos aguardando, pacientemente, que questões comezinhas sejam atacadas. Mas, quando imaginávamos que não poderia ficar pior, ficou. Voltamos ao tempo da Avenida Guaporé sem asfalto, na década de 1980, quando não nos era permitido abrir porta ou janela; ou abrir a biblioteca para trabalhar; ou colocar alimento à mesa para refeição. E o mais grave, pessoas com algum problema de respiração procurando o hospital de vez em quando. Sei que obras públicas causam transtornos por algum tempo. Sou consciente da importância das obras na Avenida Caula e Caula/Guaporé. Eram e são necessárias e urgentes. Mas, não há justificativa para o descaso e desrespeito do poder público municipal para com os moradores do bairro Cuniã e freqüentadores da pista de caminhada. Se fosse por dois ou três dias, vá lá. Mas já estamos nessa mais ou menos dois meses. Em qualquer lugar onde há um mínimo de planejamento para execução de obras públicas, quando uma importante via de acesso vai ser interrompida, os desvios são preparados para amenizar os transtornos decorrentes. Hoje, até nas obras em rodovia (que não são exemplos de respeito aos usuários), as empresas são obrigadas a molhar os desvios por razões de saúde e de segurança. Mas em Porto Velho o poder público age diferente: os desvios são feitos apenas passando moto niveladora para que a poeira tome conta de tudo; não verifica se as ruas são adequadas para tráfico intenso e não há o mínimo de informações aos moradores. Estes, inclusive, no desespero de amenizar de vez em quando a agonia, acabam cometendo o desatino de usar água potável para baixar a poeira da rua. Minha paciência - e acredito de outros moradores - foi esgotada. Permanecendo esta situação não nos restarão alternativas: buscar o amparo da lei e mobilização para soluções próprias pelos moradores.
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