Roraima - Greve dos professores - Alunos vão recorrer ao Ministério Público

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Foto: Divulgação

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Durante manifestação, professores protestaram contra fala de secretário sobre salário de R$ 4.200,00 Representantes da União Roraimense dos Estudantes Secundaristas (Ures), União Municipal dos Estudantes (Umes) e a União Geral dos Estudantes (UGE) apresentaram denúncia, ontem pela manhã, no Ministério Público Estadual (MPE), solicitando a suspensão da greve dos professores. A denúncia foi feita na Promotoria da Infância e Juventude. Os alunos querem garantir o direito dos estudantes de assistir aulas. “Queremos que a greve seja suspensa, garantindo nosso direito de estar em sala de aula. A grande maioria dos estudantes está sendo prejudicada. A Operação Tartaruga [meio-turno de aula] já nos tirou sete dias letivos que terão que ser repostos e agora como vamos ter reposição dessa greve, principalmente aqueles que têm que fazer vestibular este não”, disse Deividson Rabelo Ferreira, presidente da UGE. Os estudantes afirmam que concordam com as reivindicações dos professores, inclusive estariam dispostos a lutar por elas, desde que isso não prejudique as aulas. “Queremos que as negociações continuem e vamos lutar junto com os professores pelos seus direitos, mas sem perda para os alunos que precisam das aulas. Queremos nossos 200 dias letivos garantidos, conforme o artigo 94 da LDB”, disse Deividson Rabelo, complementando que a entidade tem buscado soluções urgentes para os problemas que os alunos enfrentam com a greve. Um dos principais problemas é a reposição das aulas que, conforme os acertos dos professores nas manifestações, será feita com atividades extracurriculares e trabalhos em sala de aula. Para Rabelo, essas atividades não atendem a necessidade dos alunos. COMISSÕES - Os representantes das entidades estão indo nas escolas para formar comissões com os alunos a fim de fazer esclarecimentos sobre as reivindicações dos professores e os direitos reservados aos estudantes, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Essas comissões vão à Assembléia Legislativa do Estado e ao Tribunal de Contas para conhecer a realidade do plano de cargos e salários dos professores. “Se nos convencermos que o Estado não tem condições de arcar por enquanto com essa despesa, então vamos entrar na Justiça pedindo a suspensão da greve por ilegalidade”, concluíram. APOIO - Mas o movimento estudantil não está unido contra a questão. Uma nova entidade, o Movimento Organizado Democrático dos Estudantes de Roraima (Moder), apóia a paralisação dos professores. O presidente da entidade, André Luis, se disse preocupado pela forma como a greve vai atingir os estudantes. “Estamos apoiando porque os professores não querem apenas aumento salarial, mas melhores condições para seus alunos. Desde 97 os professores esperam pela progressão, eles trabalham em escolas que funcionam de forma precária, quentes, superlotadas, sem biblioteca. É preciso união nessa hora, pois os prejudicados serão os alunos e precisamos apoiar nossos professores”, disse. Nos cálculos do Sinter, 70% das escolas ficaram sem aula no Estado Os professores foram ontem às ruas em carreata para anunciar à sociedade que estão em greve. Segundo o Sinter, 70% das escolas da Capital e 8 municípios do interior aderiram ao movimento de forma total. “O resto das escolas estão paralisadas de forma parcial, o que prejudica ainda mais os alunos. Mas, na semana que vem, vamos voltar à frente das escolas para convencer o restante da categoria”, explicou o diretor-geral do Sinter (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Roraima), Ornildo Roberto. O objetivo é que 100% da categoria parem. Na manhã de ontem, eles fizeram uma manifestação em frente da Assembléia Legislativa, reivindicando melhores salários e condições de trabalho. Estima-se que 800 professores participaram do ato público. A pauta de exigências dos professores possui 22 pontos, entre eles aumento salarial, com equiparação às outras categorias de nível superior, que varia entre 74% e 35%, e melhoria das escolas, com escolas e salas de aula mais confortáveis. Os professores também exigem progressão horizontal e vertical para os profissionais que cumpriram o tempo de serviço exigido por lei ou apresentaram a titulação. Ornildo disse que agora a diretoria do Sinter aguarda que o governador Anchieta Júnior (PSDB) e o secretário de Educação, Luciano Moreira, chamem os professores para dialogar e chegar a um acordo. Nos discursos feitos por professores, durante a concentração em frente da Assembléia Legislativa, eles atacaram de forma incisiva a declaração de que 70% dos professores ganham R$ 4.200,00. Eles dizem que o maior salário para professores com especialização estaria em R$ 2.600,00. Governo diz que professores grevistas ficarão sem salário O secretário de Educação, Luciano Moreira, informou que vai se reunir com os professores na próxima segunda-feira, na Sefaz, para mostrar em números que o governo não tem condições de pagar o aumento solicitado de forma linear. “Vamos provar que não temos como pagar o que pedem, até porque 80% das reivindicações foram atendidos. Continuamos informando que quem aderiu ao movimento terá seu salário descontado. Quem não der aula não vai receber salário”, enfatizou. Moreira disse que o governo já havia proposto aos profissionais um acordo que atendia a maioria das reivindicações. Sobre o aumento salarial, o secretário disse que o governo fez uma proposta dentro dos limites da possibilidade, no percentual de 10% retroagindo ao mês de abril. O secretário passou o dia viajando para o Sul do Estado, onde oito municípios aderiram ao movimento. “Percebi que havia um ruído de comunicação na ponta. Vamos corrigir a distância entre a secretaria e a escola”, disse. O secretário afirmou que o número de escolas que aderiu à greve foi menor que o esperado pela secretaria. Segundo o governo, apenas 20 escolas na Capital teriam paralisado de forma completa. “No ano passado, os professores tiveram 20% de reajuste e os outros profissionais de nível superior do governo não receberam nada. O salário de um professor com esse reajuste passaria a ser de R$ 6 mil. Nem professor doutor ganha isso em nenhum lugar do país. Hoje o salário de 70% da categoria está em torno de R$ 4.200,00 em Roraima. É um excelente salário”, explicou. Para o secretário, os professores têm que colocar o pé no chão e ser realistas. Ele acrescentou que os pontos de quem não estiver na escola serão cortados. Cyneida Correa
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