Impostura e Vulgaridade - Valdemir Caldas

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Foto: Divulgação

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A conquista da democracia não é tarefa que exclua espaços. Onde quer que eles se apresentem, o verdadeiro democrata tem o dever de aproveitá-lo. Por isso, merecem desprezo e repúdio os que se julgam mais democráticos que os outros, confundindo democracia com barulho e agressões, medindo a convicção das pessoas pelo ruído que fazem. Às vésperas de novos pleitos municipais, ocorre mencionar fatos que revelam o destempero de certas autoridades, diante de determinadas situações. Inquirido pelo jornalista Paulo Andreoli sobre erros de português em adesivos confeccionados pela prefeitura, o prefeito Sobrinho mandou às favas a liturgia do cargo, perdeu a compostura e apelou para a vulgaridade, segundo o repórter. Em vez de respostas consistentes, o prefeito teria ofendido o dono do site Rondoniaovivo, com palavras e atitudes que ficariam melhores na boca e no dia-a-dia de arruaceiros, freqüentadores assíduos de botequim de quinta categoria, mas impróprias para um dirigente público. Essa, portanto, é a postura do prefeito aos que se mantêm fiel ao importante preceito de que a informação interessa mais ao eleitor que a satisfação pessoal ou politiqueira dessa ou daquela autoridade. Quando não recorre aos tribunais, para tentar calar os que discordam do seu jeito de fazer política, o prefeito desce o nível, com esclareceu Andreoli à reportagem do jornal O Observador. No entanto, as incompreensões decorrentes ao indeclinável dever que tem não somente o jornalista Andreoli, mas todos os profissionais da imprensa, de bem informar, não podem, jamais, fazê-los arredar o pé, um só milímetro, nem arrependerem-se de tal conduta. Por isso, é preciso que a tolerância seja a tônica às reações, nem sempre civilizadas e freqüentemente ofensivas, dos que se julgam acima de tudo e de todos. Recentemente, fui interpelado, judicialmente, pelo prefeito acerca de artigos que escrevi sobre as trapalhadas praticadas por seu cunhando a frente da presidência do Ipam, segundo denunciou o presidente do CMP, Raimundo Nonato. Tranqüiliza-me, contudo, saber que estamos a cinco meses do momento de votar. E mais: a certeza de que venho cumprindo meu papel, sem precisar curvar-me ao tacão da indignidade, por força de uma mísera gratificação ou de um cargo de segundo escalão. Incompreensões, ingratidões, ofensas e agressões físicas estiveram e sempre estarão presentes na história da humanidade, até que a sociedade aprenda a conviver democraticamente, por atos mais que por palavras. O prefeito precisa aprender a responder aos que nele votaram ou não. Assim como a maioria da imprensa rondoniense tem sabido responder aos seus leitores.
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