A sequência de feriados nacionais que deixou mortes e prejuízos nas rodovias federais brasileiras será encerrada no próximo domingo, à meia-noite, com o final da Operação Corpus Christi. Da 0h de quinta-feira (22/05) à meia-noite do dia 25/05, os 61 mil quilômetros de BRs receberão esquema especial de policiamento pela última vez até o Natal.
A preocupação da PRF com a folga de Corpus Christi é maior por que esta será a última oportunidade do brasileiro pegar a estrada para se divertir num feriado nacional antes das festas de fim de ano. A previsão de sol na maior parte do Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), deve estimular as viagens terrestres.
O tempo bom, no entanto, somado ao excesso de velocidade e à imprudência, formam uma mistura letal nas estradas. Nos últimos cinco finais de semana prolongados, 462 brasileiros morreram em BRs, vítimas de acidentes.
No limite – Nas operações de 2008, a Polícia Rodoviária Federal implantou um modelo de fiscalização que está levando seu efetivo ao limite do suportável. Férias e licenças foram canceladas e escalas extras, montadas, levando policiais a trabalhar entre 50% e 100% a mais que em dias normais. Apesar do esforço da Polícia Rodoviária Federal, o motorista não tem colaborado e curva gráfica da violência continua apontado para o alto.
“A indústria automobilística continua aquecida, cada vez mais pessoas compram carros e a economia brasileira vive um de seus melhores momentos. Esse cenário deve permanecer por muito tempo e é bom para o Brasil, mas provoca reflexos diretos na infra-estrutura viária. Nosso efetivo reduzido enfrenta uma guerra diária contra uma legião de motoristas imprudentes e uma frota que não pára de crescer”, avalia o Inspetor Hélio Cardoso Derenne, diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal. Para a direção da PRF, investimentos em tecnologia e, principalmente, a contratação de mais policiais são as soluções mais próximas.
O esquema de policiamento será o mesmo já empregado nas outras operações, com 9.700 policiais em escala, 2 mil viaturas, 10 helicópteros, 500 radares e 500 etilômetros. A fiscalização vai respeitar a realidade de cada trecho rodoviário, com patrulhamento aéreo e policiamento ostensivo nas áreas propensas à lentidão e congestionamentos, inclusive com apoio de motocicletas, que dá mais agilidade ao policial em situações de pouca mobilidade. Onde a velocidade é maior, radares e viaturas serão posicionados ao longo das vias. Na operação do ano passado, foram registrados 1.398 acidentes, 92 mortes e 858 feridos.