Mais de 11 000 vacas com aptidão leiteira foram fecundadas entre 2005 e 2006 com sêmen de alta linhagem, adquirido pela Secretaria de Estado da Agricultura, Produção e Desenvolvimento Econômico e Social (Seapes) e transferido para 164 associações e cooperativas de produtores em 36 municípios. O trabalho resultou no nascimento de 2 800 bezerros e bezerras girolanda, adaptadas ao clima de Rondônia.
Aliada a outras iniciativas de manejo reprodutivo inseridas no Programa Estadual de Melhoria da Qualidade e Produtividade do Leite (Pró-Leite), a inseminação artificial começa a colocar a atividade leiteira num padrão biotecnológico superior, mais próximo ao praticado nos centros produtores do Sul e Sudeste do Brasil.
Numa engenhosa construção técnica, legal e financeira, o Pró-Leite permitiu carrear, em 2006, mais de R$ 2,558 milhões para as atividades de inseminação, manejo de pastagens, granelização (tanques de resfriamento), operação da usina de nitrogênio líquido e para os programas de sanidade animal (controle da brucelose), bem como a compra de tourinhos reprodutores padrão P. O. (puro de origem).
Os recursos vieram da destinação de até 1% da receita bruta de faturamento dos laticínios beneficiados pelo programa de incentivo fiscal administrado pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico do Estado de Rondônia (Conder). Os laticínios aderiram a um acordo celebrado em maio de 2004, e em vigor até hoje com a aprovação da Câmara Setorial do Leite (CSL).
A câmara engloba, além da Seapes e da Emater, entidade executora do programa, outras 18 instituições: Embrapa, Banco da Amazônia, Banco do Brasil, Caixa, Idaron, Sesau (Divisão de Vigilância Sanitária), Conselho Regional de Medicina Veterinária/RO, Sebrae, Faeron, Fetagro, Sindpan, Sindleite, FEFA, Faperon, Aearon, Asmeron, Ceplac e Superintendência Federal da Agricultura (SFA/RO).
O acordo aprovado pela CSL permitiu a aquisição das primeiras 200 botijas de nitrogênio contendo o sêmen de alta linhagem, que contribuiu decisivamente para potencializar o desenvolvimento rural sustentável da bovinocultura leiteira do Estado.
“Todos os dias, Rondônia produz 1,6 milhão de litros de leite, em média. Temos cerca de 3,3 milhões de animais com aptidão leiteira, que são cuidados em mais de 25.000 pequenas, médias e grandes propriedades. Esses números derivam do trabalho diuturno do homem do campo e também da conjugação desse esforço de aporte de recursos e biotecnologia, que sempre teve o apoio decidido do Executivo estadual”, afirma Marco Antonio Petisco, titular da Seapes.
Petisco lembra que o sucesso da inseminação artiticial começa a colocar no mercado os primeiros animais “de 2ª geração” - novilhas inseminadas que estão sendo enxertadas com o sêmen qualificado - e adianta: “Estamos trabalhando experimentalmente, numa unidade de observação administrada pelo escritório da Emater em Cacoal, com o sêmen sexado, que fornece probabilidade ainda mais alta de nascimento de bezerras, futuras matrizes de alta produção”.
Além dos kits de inseminação. distribuídos a mais de 1.270 produtores, foram realizados 244 eventos de capacitação em temas afins, como o controle biológico das “cigarrinhas”, custo da produção, operação de cercas elétricas: nove eventos de assessoramento técnico direto, envolvendo, no total, 32.008 famílias assistidas, entre as quais 588 hectares de pastagens foram trabalhadas, com aportes de financiamentos totais no valor de R$ 461.123,73.
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