Sem nuances de confrontos ou conflitos, apoiar-se-ia a determinação da mesa diretora da Assembléia Legislativa de Rondônia, no sentido de adequar as despesas daquela Casa aos ditames estabelecidos na Lei de Responsabilidade Fiscal, desde que a corda não acabasse no pescoço dos servidores, como se prenuncia, com a retirada do auxilio alimentação.
Neste momento complicado da quadra estadual, com a imagem da ALE em frangalhos, é preciso que as coisas sejam feitas com responsabilidade, transparência e espírito público, respeitando, sobretudo, os direitos e as garantias dos servidores, longe do terreno da insensatez e da discussão inócua.
Em ocasiões como essa, contudo, é comum prevalecer o espírito de desforra. Algumas mentes tacanhas procuram, entre quatro paredes, armar insídias para tentar prejudicar pessoas decentes, cumpridoras de suas obrigações funcionais, confundindo-as com fantasmas e parasitas, que só comparecem aos caixas eletrônicos, para receberem seus polpudos salários.
O presidente da ALE, deputado Neodi Oliveira, que tanto tem pregado a moralidade pública, não pode deixar-se embair pela cantilena dos arautos da politicagem, que insistem em mantê-lo numa camisa-de-força.
Ele precisa examinar, atentamente, o que acontece ao seu redor, para não correr o risco de cometer injustiças, saciando a avidez onírica de uma casta privilegiada, em detrimento dos que realmente produzem.
Sua função é trabalhar para moralizar e modernizar o Poder Legislativo, aplicando, corretamente, os recursos destinados àquela Casa, e não recorrer a práticas inopinadas para justificar erros do passado.
Lamentavelmente, há, dentro e fora da administração pública, aqui e alhures, aqueles cujo desejo sádico é tão-somente maltratar, espezinhar e humilhar servidores, tratando-os como capachos, procurando, inutilmente, desmoralizá-los junto à opinião pública.
Troca-se, assim, a discussão sadia e construtiva dos problemas sociais pela disputa pessoal ou até mesmo partidária, com os servidores arcando com o ônus da irresponsabilidade causada por certos dirigentes e autoridades públicas.
A sociedade, é claro, não está nem um pouco interessada nas pendengas partidárias ou de grupelhos. O que ela exige, hoje, dentre outros benefícios, é seriedade no trato dos dinheiros públicos, com mais investimentos em áreas essenciais, como saúde, educação, segurança pública e, conseqüentemente, o fim de privilégios imorais no setor público.
Todos, sem exceção, reclamam o cumprimento da lei, com cada poder administrando corretamente os recursos que lhe são constitucionalmente destinados, sem perseguições a servidores e, principalmente, sem impor sacrifícios à população.
Se, realmente, deseja mudar a face deformada do Poder Legislativo, sem penalizar ainda mais os que, efetivamente, prestam serviços à máquina burocrática, o presidente Neodi precisa, urgentemente, rever seus conceitos.