Até tú, Dantas! - Por Valdemir Caldas

Da Redação

17 de Abril de 2008 às 15:33

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Foto: Divulgação

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A Corregedoria-Geral da Assembléia Legislativa de Rondônia ainda não chegou a qualquer resultado relativo à denúncia contra o deputado Maurinho (acusado por um ex-cabo eleitoral de abocanhar parte do salário de assessores) e um novo escândalo vem à luz. Dessa vez, é o deputado professor Dantas, que é acusado de prática semelhante. A diferença seria de porcentagem. Em vez da metade, o professor ficaria com noventa por cento do salário. O autor da denúncia é um pastor da Igreja Assembléia de Deus, que teria assessorado o parlamentar até o final do ano passado. O evangélico reside na cidade de Ouro Preto, reduto eleitoral do petista. A denúncia já chegou ao Conselho de Ética do PT. Em entrevista, à TV JORNET, o parlamentar disse que desconhecia a denúncia, mas prometeu inteirar-se do assunto. Elementar, meu caro Dantas. A resposta não poderia ser mais óbvia. A tática é sempre a mesma. Depois que o escândalo pipoca, ninguém sabia de nada. O denunciado não sabia. O chefe de gabinete dele não sabia. A secretária não sabia. O secretário particular também não sabia. O segurança muito menos, e a copeira, coitada, nem se fala. A cúpula do PT também não sabia. E, se soubesse, teria jogado tudo no ventilador, ou daria ao acusado o mesmo tratamento dispensado aos “companheiros” do partido, enrolados na folha de pagamento paralela da ALE, na administração passada, segundo relatório da Polícia Federal? Lula afirmou que não sabia dos quarenta ladrões, cuja quadrilha era comandada pelo seu amigo e chefe da Casa Civil, José Dirceu, mas o Procurador Geral da República enquadrou todos eles. O curioso é que, quando o barco ameaça soçobrar, todos, sem exceção, mostram-se espantados, diante do perigo iminente. A mesa diretora da ALE precisa parar de fazer corpo mole, diante de tantos arreganhos, e mostrar que, realmente, está comprometida com a dignidade, o decoro e os interesses coletivos, ou, então, ratificar a impressão que a grande maioria da população rondoniense alimenta a respeito daquela Casa de Leis. Nem é preciso dizer. Se a opção inclinar-se pela primeira hipótese, ainda restar-lhe-á um fio de esperança de que um dia conseguirá resgatar a credibilidade, desde há muito perdida, no conceito da opinião pública. Se, ao contrário, tudo acabar em pizza, melhor para os vendilhões da consciência social, que ainda terão o direito de continuar ilaqueando a boa-fé do povo com sub-reptícios de que foram vítimas da inveja e da ambição.

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